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"A Guerra dos Tronos": cinco factos sobre o guarda-roupa

Sabia que, no pico da produção, chegam a trabalhar entre 80 a 100 pessoas no departamento de figurinos da popular série?

Em pleno Verão, chega finalmente a tão aguardada sétima temporada de A Guerra dos Tronos – e com ela o Inverno. A série de sucesso da HBO é uma das maiores produções de televisão dos últimos tempos e – assim como outros departamentos – a exigência da figuração é alta. Há exércitos inteiros para caracterizar e vestidos complexos, cheios de detalhes para executar – tudo isto num contexto histórico ficcional.

Numa extensa entrevista à revista Time, a figurinista Michele Clapton falou sobre o processo de criar o guarda-roupa das personagens de Westeros. Abaixo, enumeramos alguns dos pontos a reter dessa conversa.

Departamento com 80 a 100 pessoas a trabalhar

Na época de mais trabalho, Clapton garante que o departamento de figurinos chega a englobar entre 80 a 100 trabalhadores. Torna-se evidente a necessidade de tanta gente tendo em conta, não só o número de personagens e figurantes e a precisão do trabalho, mas também o facto de que existe mais do que uma zona de rodagem – Belfast, na Irlanda do Norte, e Espanha são as principais. Cada actor tem um figurinista, cujo trabalho é acompanhá-lo em set e assegurar que se está a vestir da forma correcta.

É preciso destruir um bocadinho

Às vezes, até as criações mais habilidosas têm de ser um pouco destruídas para ganharem credibilidade. Clapton chama a este processo fundamental “breakdown”: pegam, por exemplo, em vestidos com bordados e outros detalhes e fazem com que pareçam mais usados. Para tal, é necessário ter em conta a história da personagem e por onde já viajou, por exemplo. No caso das cenas de guerra, chegam a receber notas de outros departamentos, para perceber onde determinada personagem vai ter um corte ou contra que tipo de objecto vai chocar. “Parte o coração destruir, mas tem de acontecer”, nota Clapton. No entanto, sublinha que as peças por vezes até ficam mais bonitas porque ganham “carácter”.

Não há referências em documentos históricos

Apesar das várias ligações à história de Inglaterra, Westeros é um mundo ficcional. Por isso, não há referências nos livros de história para seguir. Michele Clapton leu os livros de George R. R. Martin para ter uma ideia de como as personagens se vestiriam, mas, conta, os criadores da série não queriam o estilo do guarda-roupa fosse demasiado fantasioso. Inicialmente, olharam para questões como o clima, quais as matérias-primas disponíveis, como se criavam roupas, que tipo de corantes havia. "Faziam trocas comerciais? Sim, um bocadinho, mas não muito, por isso têm de se restringir à lã", exemplifica Clapton.

A roupa também conta histórias

Uma das personagens cuja evolução mais nitidamente se vê no vestuário é Sansa Stark – para quem a roupa tem uma importância significativa. Quando aparece pela primeira vez no ecrã, ao lado da família, destaca-se velo vestido azul claro, “algo que quase tem uma aspiração de fugir desse tipo de local lamacento”. Quando vai para King's Landing, começa de certa forma a seguir o exemplo de Cersei, com vestidos menos coloridos, e, depois da morte do pai, tenta regressar às origens, reproduzindo a forma como a mãe se vestia. “Finalmente, ela quase que se encontra a si própria e transforma-se na Sansa sombria”, conclui a figurinista. “É puxada para longe de todas as outras influências e tenta estabelecer-se como uma mulher forte”. No caso de outras personagens, o guarda-roupa mantém-se inalterado, algo que em si também serve para caracterizar.

Os vestidos que mais demoram a criar são…

… os de Daenerys. Sem surpresa, o guarda-roupa da mãe dos dragões exige bastante tempo de reflexão e execução. Clapton trabalha primeiro nos conceitos gerais e mostra-os aos criadores da série e a Emilia Clarke, antes de começar a desenvolvê-los.