As promessas são as de sempre: melhoria generalizada da pele com aspecto “casca de laranja”, eliminação de depósitos de gordura, suavização e rejuvenescimento da pele. Mais uns pormenores: “Refirmação do tecido conjuntivo e redução da circunferência das regiões do corpo afectadas.” E uma informação adicional, que muito colhe junto das potenciais clientes: “Tratamento estético preferido da cantora Madonna e da actriz brasileira Deborah Secco.”

Para que se notem resultados, são precisas seis a dez sessões, dependendo dos estragos que o tempo e os excessos imprimiram no corpo das clientes. A procura deste tratamento faz-se sobretudo por mulheres, a quem a celulite mais atinge: 80% da população feminina a partir dos 15 anos.

Fomos experimentar “o martelo” ao centro Essentials do Bairro Azul, Lisboa. À nossa espera, Rafaela Almeida, que nos acompanhará durante as próximas semanas. 

Antes de se dar início às sessões, é preciso preencher um inquérito; melhor, uma “ficha de anamnese de corpo”, com perguntas assim: “Costuma estar muito tempo sentada?”, “Tratamentos estéticos anteriores?”, “Pratica desporto?”, “Antecedentes alérgicos?”, “Próteses metálicas?”, “Varizes?”, “Epilepsia?”

Esta ficha, acompanhada de um termo de responsabilidade, serve para garantir que quem se sujeita ao tratamento não tem no seu quadro clínico “patologias vasculares, infecções activas, tumores malignos ou benignos na área a tratar, pacemaker, implantes metálicos no local da aplicação, doenças hepáticas, insuficiência renal, neoplasias ou áreas inflamadas, diabetes descontrolada”. O tratamento também está contra-indicado para quem está grávida, a amamentar ou se estiver com febre. 

Na ausência de qualquer destas situações, podíamos avançar. Foi o que fizemos. Mas primeiro era preciso escolher o que se queria tratar. Possibilidades: zona abdominal, cintura, braços, costas, glúteos, joelhos, coxas, pernas, pescoço e duplo queixo. 

Feita a opção (coxas), seguem-se os procedimentos: despir tudo, pôr uma tanga descartável e minúscula, calçar uns chinelos também minúsculos, vestir um roupão confortável (de tamanho normal) e esperar pelo regresso da terapeuta. Começa-se por uma sessão fotográfica, para que fique registado o “antes” e o “depois”. Fica garantido que as imagens servem apenas para controlo interno e não serão divulgadas em circunstância alguma. Ufa!

Vamos a isto. 

Enquanto espalha um gel frio (bastante frio) na parte externa da coxa esquerda, Rafaela vai explicando: “As ondas acústicas funcionam através de ar comprimido e produzem um efeito pneumático na pele que, juntamente com eléctrodos condutores, vão provocar um estado pseudo-inflamatório. O que fará com que o mecanismo de cura da pele seja activado de uma forma mais excessiva.” Ou seja, induz-se uma ligeira inflamação para que se obrigue o organismo a responder com mais pujança. “Os fibroblastos vão criar então uma nova banda de colagénio na pele, que melhora logo todo o seu estado. Já que a flacidez resulta justamente da falta de colagénio e elastina”, disse. E ligou a máquina. 

Enquanto dura o “toc-toc, toc-toc”, é difícil comunicar. Espera-se então que passem os quatro a cinco minutos em que se martela a parte externa da coxa esquerda. “Não dói, pois não?”, pergunta a terapeuta. E logo responde: “São só umas coceguinhas, não é?” 

Nesta fase, sim. Quando se passa para a parte interna das coxas, já se sente um pouco mais que cócegas, mas nada que não se consiga suportar sem esforço. Justificação: “Há zonas em que a celulite é mais edemetosa, daí a maior sensibilidade.” Para terminar, viramo-nos de barriga para baixo e o tratamento prossegue. Só “cócegas” de novo. Mais cinco minutos e já está. Fim da primeira sessão.

Durante esse dia, lembrámo-nos mais vezes de que tínhamos pernas. Não que estivessem magoadas, mas apenas um pouco doridas, como se se tivesse feito exercício físico depois de uma temporada de inactividade. No entanto, não se sentiu desconforto. E na zona tratada a pele estava de facto mais macia. 

Do “toc-toc” ao “tic-tic”

Daí a dois dias, voltámos. Mas não correu nada bem. 

Já de tanga e com gel espalhado numa das pernas, a máquina não arrancava nem por nada. O martelo não dava sinal de si. Rafaela Almeida pede mil desculpas e chama a colega. Estão ambas de cócoras, ligam fichas, desligam fichas, mexem em botões e painéis, nada. Desistem. Mais pedidos de desculpas.

Procedimentos: limpar gel, tirar tanga e roupão, vestir, sair.

Algum tempo depois, recebe-se uma chamada. “Se ainda estiver por perto, pode voltar se quiser. Usamos o outro manípulo. Desculpe, não me ocorreu. Foi a nossa gerente [Sónia Silva] que sugeriu”, explica Rafaela, injustificadamente desapontada consigo mesma. Voltámos.

Procedimentos: despir, tanga, chinelos, roupão, gel.

“Tic-tic, tic-tic”, o barulho é mais suave e o martelo deu lugar a um martelinho. Ou seja, a sugestão da gerente foi a de que a sessão fosse feita com o manípulo dos tratamentos de “pescoço” e “duplo queixo”. Em vez de cócegas, só comichão. E, como seria de esperar, na segunda parte da segunda perna (zona interna da coxa direita), já o martelinho se engasgava… 

Depois de uma pequena pausa, “para a máquina descansar”, lá se conseguiu terminar a sessão. Mas nesse dia, falando de pernas, foi como se nada tivesse acontecido.

A terceira sessão correu normalmente, mas foi preciso esperar uma semana pela peça danificada, vinda dos Estados Unidos. A terapeuta já estava mais tranquila e finalmente parou de pedir desculpas. O martelo funcionou e o “toc-toc” fez-se ouvir.

Quando terminar a última sessão, daremos conta do resultado final.

Essentials Day Spa Bairro Azul
Clínica Médica e Estética
Rua Fialho de Almeida, nº 4C – 1070-129 Lisboa
Tel.: 21 099 74 31
info.bairroazul@essentials.pt
www.essentials.pt/bairroazul

O preço normal por sessão/zona é de €150. Até ao final do mês, há uma promoção em vigor no Essentials que baixa o custo para os €80. Os pacotes de 10 sessões custam €650 com oferta de cinco sessões de pressoterapia.