Na toca de Pedro e o Lobo
Primeiro foi uma padaria, depois uma loja de roupa e galeria de arte. Sempre atendeu por Pedro e o Lobo e assim continua. Diogo Noronha e Nuno Bergonse são os dois jovens chefs que comandam a cozinha da casa, coqueluche da restauração lisboeta e alvo de rasgados elogios aquém e além-fronteiras.
O restaurante Pedro e o Lobo abriu em Agosto de 2010, a dois passos da Avenida da Liberdade, em Lisboa, a partir da ideia de Luís e Patrícia Baptista de trazerem para Portugal a inovação que viram na restauração em Nova Iorque, quer em termos de espaço, quer de cozinha.
Arquitecto, Luís quis criar um ambiente que perpetuasse a tradição do espaço mas, ao mesmo tempo, dando-lhe modernidade. Optou por linhas discretas e materiais naturais que conferem uma sóbria sofisticação. Já Patrícia, ex-advogada, é a relações públicas da casa.
Na cozinha, é outra dupla quem decide tudo o que se saboreia nesta toca de luxo. Basta conversar com os jovens chefs Diogo Noronha e Nuno Bergonse para perceber como estão em sintonia plena: um começa a explicar a confecção de cada prato e o outro termina. Hão-de ter as suas divergências mas o resultado final parece ser sempre harmonioso. O cenário também ajuda, já que se sente a tranquilidade no ar, sublinhada pela música que completa cada ambiente. Neste "laboratório", não se sentem sinais de caos, parecendo cada elemento ter o seu lugar próprio. Tal como os chefes e os proprietários, a equipa é muito jovem. O que, decerto, também ajuda à vibração e energia que se sente na casa, já uma referência da restauração lisboeta.
Especialmente para nós, a dupla confeccionou um bacalhau regado com azeite e acompanhado com couves. Um prato que exemplifica bem a cozinha de Noronha e Bergonse, em que a base tradicional portuguesa se une a uma modernização das técnicas.
As suas criações passam também pela busca de novos ingredientes e novas mesclas. Num almoço de prova de um novo menu, preparado para a temporada Outono/Inverno, tivemos a oportunidade de experimentar um conjunto de pratos, todos eles altamente recomendáveis e, sublinhe-se, realmente bonitos. Que os olhos também comem...
Na nossa ementa, coube um Pântano de Cogumelos (consomê de cogumelos com cogumelos salteados e confitados, mini-beterrabas assadas e azeite de porcini), Lombo de Bacalhau, fricassé de legumes, crumble de camarão e piripiri e laranja sanguínea; Naco de Novilho com puré de beringela, romanesco, pimentos assados e chips de parmesão e, para terminar em beleza, uma mousse densa de chocolate, gratin de banana dacquoise e gelado de avelã.
A carta de Pedro e o Lobo muda duas vezes por ano (Primavera/Verão e Outono/Inverno), baseando-se sempre, garantem, em produtos frescos e biológicos, uma verdadeira cozinha de mercado. Propõem-se seis entradas (entre os €8 e os €11), oito pratos de carne (entre os €16 e os €22) , oito de peixe (entre €18 e €26) e oito sobremesas (de €3,50 a €8, além de uma tábua de queijos a 12€).
___
A cozinha atrevida de Pedro e o Lobo
David Lopes Ramos, 22.01.2011
A nova carta de Pedro e o Lobo
Pedro e o Lobo estão outonais
por Alexandra Prado Coelho, 02.11.2011 (blogue Mais Olhos que Barriga)