• Desfile de Iúri
    Desfile de Iúri Fernando Veludo
  • Desfile de Iúri

    Desfile de Iúri

    Fernando Veludo
  • Desfile de Iúri

    Desfile de Iúri

    Fernando Veludo
  • Desfile de Iúri

    Desfile de Iúri

    Fernando Veludo
  • O criador Iúri com alguns dos seus modelos
    O criador Iúri com alguns dos seus modelos Fernando Veludo
  • Desfile de Andreia Lexim
    Desfile de Andreia Lexim Fernando Veludo
  • Desfile de Andreia Lexim
    Desfile de Andreia Lexim Fernando Veludo
  • Desfile de Andreia Lexim
    Desfile de Andreia Lexim Fernando Veludo
  • Desfile de Andreia Lexim
    Desfile de Andreia Lexim Fernando Veludo
  • A criadora Andreia Lexim nos bastidores com algumas modelos
    A criadora Andreia Lexim nos bastidores com algumas modelos Fernando Veludo
  • Desfile de Margarida Gentil
    Desfile de Margarida Gentil Fernando Veludo
  • Desfile de Margarida Gentil
    Desfile de Margarida Gentil Fernando Veludo
  • Desfile de Margarida Gentil
    Desfile de Margarida Gentil Fernando Veludo
  • A criadora Margarida Gentil nos bastidores com algumas das suas modelos
    A criadora Margarida Gentil nos bastidores com algumas das suas modelos Fernando Veludo
  • Desfile de Daniela Barros
    Desfile de Daniela Barros Fernando Veludo
  • Desfile de Daniela Barros
    Desfile de Daniela Barros Fernando Veludo
  • Desfile de Daniela Barros
    Desfile de Daniela Barros Fernando Veludo
  • Desfile de Daniela Barros
    Desfile de Daniela Barros Fernando Veludo
  • A criadora Daniela Barros com algumas das suas modelos
    A criadora Daniela Barros com algumas das suas modelos Fernando Veludo
  • Desfile de Joana Ferreira
    Desfile de Joana Ferreira Fernando Veludo
  • Desfile de Joana Ferreira
    Desfile de Joana Ferreira Fernando Veludo
  • Desfile de Joana Ferreira
    Desfile de Joana Ferreira Fernando Veludo
  • Desfile de Joana Ferreira
    Desfile de Joana Ferreira Fernando Veludo
  • A criadora Joana Ferreira com algumas das suas modelos
    A criadora Joana Ferreira com algumas das suas modelos Fernando Veludo
  • Desfile de Alexandre Marrafeiro
    Desfile de Alexandre Marrafeiro Fernando Veludo
  • Desfile de Alexandre Marrafeiro
    Desfile de Alexandre Marrafeiro Fernando Veludo
  • Desfile de Alexandre Marrafeiro
    Desfile de Alexandre Marrafeiro Fernando Veludo
  • Desfile de Alexandre Marrafeiro
    Desfile de Alexandre Marrafeiro Fernando Veludo
  • O criador Alexandre Marrafeiro com alguns dos seus modelos
    O criador Alexandre Marrafeiro com alguns dos seus modelos Fernando Veludo
  • Desfile de Hugo Costa
    Desfile de Hugo Costa Fernando Veludo
  • Desfile de Hugo Costa
    Desfile de Hugo Costa Fernando Veludo
  • Desfile de Hugo Costa
    Desfile de Hugo Costa Fernando Veludo
  • Desfilde de Hugo Costa
    Desfilde de Hugo Costa Fernando Veludo
  • O criador Hugo Costa com alguns dos seus modelos depois do desfile
    O criador Hugo Costa com alguns dos seus modelos depois do desfile Fernando Veludo
  • Desfile de Susana Bettencourt
    Desfile de Susana Bettencourt Fernando Veludo
  • Desfile de Susana Bettencourt
    Desfile de Susana Bettencourt Fernando Veludo
  • Desfile de Susana Bettencourt
    Desfile de Susana Bettencourt Fernando Veludo
  • A criadora Susana Bettencourt nos bastidores com algumas das suas modelos 
    A criadora Susana Bettencourt nos bastidores com algumas das suas modelos  Fernando Veludo
  • Desfile de Estelita Mendonça
    Desfile de Estelita Mendonça Fernando Veludo
  • Desfile de Estelita Mendonça
    Desfile de Estelita Mendonça Fernando Veludo
  • Desfile de Estelita Mendonça
    Desfile de Estelita Mendonça Fernando Veludo
  • O criador Estelita Mendonça com alguns modelos depois do desfile
    O criador Estelita Mendonça com alguns modelos depois do desfile Fernando Veludo
  • Desfile de Jordann Santos
    Desfile de Jordann Santos Fernando Veludo
  • Desfile de Jordann Santos
    Desfile de Jordann Santos Fernando Veludo
  • Desfile de Jordann Santos
    Desfile de Jordann Santos Fernando Veludo
  • O criador Jordann Santos posa com algumas das suas modelos depois do desfile
    O criador Jordann Santos posa com algumas das suas modelos depois do desfile Fernando Veludo
  • Desfile de Pedro Jorge
    Desfile de Pedro Jorge Fernando Veludo
  • Desfile de Pedro Jorge
    Desfile de Pedro Jorge Fernando Veludo
  • Desfile de Pedro Jorge
    Desfile de Pedro Jorge Fernando Veludo
  • Desfile de Pedro Jorge
    Desfile de Pedro Jorge Fernando Veludo
  • O criador Pedro Jorge nos bastidores com alguns dos seus modelos
    O criador Pedro Jorge nos bastidores com alguns dos seus modelos Fernando Veludo

29ª edição do Portugal Fashion

O norte a bombear sangue novo

Na 29.ª edição do Portugal Fashion, o espaço Bloom comemorou um ano e meio de existência apresentando o maior número de jovens criadores até à data. Com o título Start Up, o objectivo do Portugal Fashion era claro: injectar novos criadores numa indústria hermética. Ao longo de dois dias, foram quatro escolas e onze jovens criadores que tentaram provar que a entrada de sangue novo na moda portuguesa faz-se pelo norte.

Não há uma passerelle nem é necessário convite para entrar no rés-do-chão do edifício da Alfândega do Porto, que durante o fim-de-semana passado recebeu a 29ª edição do Portugal Fashion. Se no segundo andar, nomes sonantes como os de Luís Buchinho, Filipe Oliveira Baptista ou Miguel Vieira chamam os fotógrafos e a imprensa, no rés-do-chão, é a promessa de renovação de uma indústria pequena que se perpetua nos nomes e nas figuras que desfila ao mesmo nível do público e quase à distância do seu alcance.

"Já apresentei trabalho no segundo piso e achei tudo muito plástico. Asséptico. Aqui consigo criar o meu universo ao mesmo tempo que se desmistifica aquele ar inatingível da moda. Convidei todo o tipo de pessoas para vir assistir ao meu desfile. Até o senhor do café", explica o jovem criador Jordann Santos. 

Desde há um ano que o rés-do-chão, um espaço amplo pontuado por colunas e onde carris de eléctricos que nunca existiram desenham no chão as linhas de um circuito de moda, é o cenário Bloom, onde jovens criadores apresentam pequenos grupos de coordenados sob a orientação de Miguel Flor, o criador de moda que nos últimos anos abraçou a vertente do ensino e do acompanhamento dos primeiros passos de novos designers que aqui chegam pelas suas mãos.

Maestro, mestre de cerimónia, arquitecto. Muitas seriam as metáforas possíveis para designar o papel que Miguel Flor assume na organização do Bloom, mas ele já tem a sua. “Se isto fosse arte clássica, eu seria o curador”, afirma. A comparação é pertinente pela liberdade criativa que se respira no Bloom, onde em vez de desfiles, as apresentações são anunciadas como performances de moda. No fim de mais uma edição do Bloom, um Miguel Flor cansado, mas muito satisfeito, explica que não é bem assim. “A primeira edição foi mais performativa, com quadros mais estáticos. Depois percebi que o público português tem alguma dificuldade com esse tipo de quadros. Acha que as coisas podem ficar um bocadinho monótonas. Dava imagens muito bonitas, mas em termos de criar material que eles depois pudessem usar para se autopromoverem ficava um pouco aquém. Por isso decidi fazer um misto entre o estilo corrido e o performativo. No fundo, trazer artifícios para que não fossem desfiles convencionais”.

Para além do formato, Miguel trouxe também os onze jovens criadores que aqui apresentaram pequenas colecções. Se vêm em peso das escolas do norte, outros chegam do sul, sobretudo da Faculdade de Arquitectura de Lisboa, onde até há pouco tempo Miguel Flor era professor de Design de Moda. Ao grupo que já apresenta desde a primeira edição, Miguel Flor juntou-lhe outros na terceira edição. Da escola londrina Central Saint Martins veio a Susana Bettencourt, já com a Semana de Moda de Londres no curriculum, Andreia Lexim chegou com uma vitória no concurso Acrobatic, o Pedro Jorge ganhou a oportunidade de mostrar em nome próprio depois de ser assistente do criador Pedro Pedro e Iúri foi o próprio Miguel Flor que o trouxe da Faculdade de Arquitectura de Lisboa. “Se eu neste momento tivesse um atelier ele seria meu assistente”, afirma abertamente. “Eu desenho para homem, que é algo que poucas pessoas fazem em Portugal, e portanto como percebi que era o que ele queria fazer, ajudei-o ao máximo”.

Dar o salto 

Entre os jovens criadores a opinião é maioritária: o Bloom está a dar nas vistas. “Finalmente as pessoas estão a mostrar interesse pelos novos criadores. Havia sede de sangue novo”, afirma Estelita Mendonça, um dos jovens criadores que apresentou no segundo dia, com os lugares sentados todos preenchidos e muitas pessoas em pé para assistir aos desfiles.

Ainda assim, nos bastidores, ainda antes de apresentar a sua colecção, Alexandre Marrafeiro que apresentou pela terceira vez no Bloom sentia-se num enclave. Se por um lado não tinha dúvidas em afirmar que a primeira edição passou quase despercebida enquanto nesta a projecção estava a ser maior, por outro lado sentia que estava na altura de dar um passo em frente. “O que é que eu posso fazer a partir daqui? Ultimamente, tenho-me feito essa pergunta. Esta é só a primeira fase de algo maior”, afirma com ar de quem ainda não sabe muito bem o que é isso.

A maioria destes onze jovens criadores apresentou nas três edições do Bloom e não sente a indecisão de Alexandre Marrafeiro. Gostam de aqui estar e não querem sair. “É a plataforma ideal para o meu trabalho. Tenho os recursos todos à minha disposição. O que é que poderia querer mais?”, explica o jovem criador Hugo Costa aludindo ao facto de aqui não pagarem pelos modelos, a maquilhagem ou o espaço. Se estão de acordo quanto a querer continuar a apresentar no Bloom, divergem nos motivos que o justificam. “Não estou preparado para apresentar no segundo andar”, assume Estelita Mendonça.

Que não se pense que na zona de conforto que o Bloom representa para muitos destes jovens criadores a primazia é dada à criação desenraizada da realidade. Pelo contrário. As peças são, na sua maioria, passíveis de serem usadas fora da performance de moda e algumas delas até são muito apetecíveis por isso mesmo. Se alguns caem ora num estilo muito comercial ora no seu extremo excêntrico, a regra é ficar pelo meio. Peças que não se encontrariam num centro comercial, mas que poderiam ser usadas nas diferentes ocasiões do dia-a-dia.

“A teatralidade é uma coisa de espectáculo e não são os que apostam nisso que depois dão o salto. Os que fazem isso são o hype e todos sabemos que são passageiros. Acho que o que estes jovens querem é ver as pessoas usar a sua roupa”, explica Miguel Flor. O desejo de viver da moda e os fracos recursos económicos de que dispõem fora do âmbito do Bloom fez com que criassem o seu próprio circuito em que vendem a amigos e se passa a palavra boca a boca. Um circuito onde só é possível funcionar exactamente com roupa “usável”.

O criador Jordann Santos é um dos poucos exemplos dos que conseguiram criar uma relação com a indústria. “Não consigo fazer colecções sem pensar nas lojas”, afirma. Está a preparar uma linha de roupa para uma série de televisão juvenil de sucesso e desenha para a indústria enquanto freelance. Contudo, é uma excepção. Alguns têm peças à venda espalhadas por lojas, outros têm websites e alguns ainda não têm nada fora do Bloom, ainda que participem com frequência em concursos para novos criadores e tenham bons resultados.

“Eles precisam de ideias de marketing e de gestão. E só o conseguirão com formação, tendo alguém disponível para os encaminhar. Eu gostava de ser essa pessoa. Seria uma forma de os fazer saltar disto. Eu gostava que o Bloom fosse mais do que isto”, afirma Miguel Flor. Algures entre o plano do sonho e o dos projectos para o futuro fica a criação de uma agência que pudesse representar estes novos criadores e trazê-los para o mercado. “Há cada vez menos pessoas nos desfiles e quem vai são os curiosos, não os profissionais. É preciso convidar mais os industriais porque os designers, se forem bem acompanhados, podem servir à indústria”, defende Miguel Flor.

A jornalista viajou a convite do Portugal Fashion