No caso de Chantelle o problema torna-se ainda mais óbvio devido à sua pele escura e genes jamaicanos. Num mundo onde ser bonita se traduz em perfeição, esta modelo está a fazer a diferença.

Filha de pais nascidos na Jamaica mas natural do Canadá, Chantelle sabe o que é ter vitiligo desde os quatro anos. As primeiras manchas de cor rosada começaram a aparecer e até hoje fazem parte do seu corpo mas também da sua identidade. Crescer “diferente” trouxe-lhe coisas boas mas também más. Chamaram-lhe “zebra” e “vaca” e como criança foi difícil reagir.

Aos 17 anos, falou pela primeira vez publicamente sobre a sua doença num vídeo, a doença que muitos associam a Michael Jackson, o ícone da pop que explicou na televisão norte-americana o que eram as estranhas manchas que lhe cobriam parte do corpo e que manteve até à sua morte em Junho de 2009.

No vídeo divulgado em 2011 “Vitiligo: A Skin Condition not a Life Changer” (Vitiligo: Uma doença de pele e não uma mudança na vida) Chantelle além da beleza mostra maturidade. “Não temos nada de diferente. É apenas pele”, diz a jovem.

“As pessoas têm pele escura, as pessoas têm pele clara, eu tenho ambas”, simplifica depois, acrescentando que com a idade começou a saber responder aos ataques de bullying de que foi vítima desde criança. O ser modelo não fazia inicialmente parte dos seus objectivos mas já adolescência as pessoas começaram a dizer-lhe o quanto era bonita e que devia arriscar.

Agora, apresenta-se no Instagram como porta-voz modelo de vitiligo, posição que já usou no seu antigo liceu onde falou a alunos sobre discriminação e bullying por se ser diferente. Fez alguns desfiles e fotografias de moda e prepara-se agora para ser uma das concorrentes da mais recente temporada do programa America's Next Top Model, da antiga modelo Tyra Banks, que começará a ser exibido este Verão.

O segredo da sua motivação é aceitar a sua originalidade, que quer usar como uma vantagem neste programa e na vida. “Adoro-me e com isso as oportunidades vão começar a surgir. Agradeço a Deus por tudo isso. Tenta amar-te a ti próprio”, aconselha.