A marca de maquilhagem norte-americana foi fundada em 1994
A marca de maquilhagem norte-americana foi fundada em 1994 LM Miguel Manso

Ambiente

NARS vai testar em animais para entrar no mercado chinês

Os fãs da empresa de cosméticos norte-americana não gostaram da decisão e prometem boicotá-la.

O teste de cosméticos em animais é um assunto cada vez mais debatido. Desde a criação de campanhas contra os testes até à criação de petições, são várias as pessoas – e as marcas – que lutam para acabar com esta realidade.

A famosa marca de maquilhagem norte-americana NARS tem sido alvo de duras críticas por anunciar que vai começar a testar os seus produtos em animais. Este é o requisito para que possa ser comercializada na China.

Foi através da rede social Instagram que a marca anunciou que iria começar a testar em animais. “Acreditamos firmemente que a segurança do produto e dos ingredientes pode ser conseguida com métodos que não impliquem os animais”, diz. “Mas temos de compactuar com as leis dos mercados em que trabalhamos, incluindo na China”.

 

We want you to know that we hear you. The global elimination of animal testing needs to happen. We firmly believe that product and ingredient safety can be proven by non-animal methods, but we must comply with the local laws of the markets in which we operate, including in China. We have decided to make NARS available in China because we feel it is important to bring our vision of beauty and artistry to fans in the region. NARS does not test on animals or ask others to do so on our behalf, except where required by law. NARS is committed and actively working to advance alternative testing methods. We are proud to support the Institute for In Vitro Sciences (IIVS), a globally recognized organization at the forefront of advancing non-animal methods in China and around the world. NARS is hopeful that together, we can work toward a cruelty-free world. For more on the good work IIVS is doing, see: http://bit.ly/2rVjnwV

Uma publicação partilhada por @narsissist a

Fundada em 1994, a empresa justifica a sua decisão por considerar importante “trazer a visão de beleza e arte aos fãs daquela região”. Já se sabe que o mercado chinês é muitíssimo apetecível dado os milhões de consumidores existentes.

Apesar disso, a NARS escreve na mesma publicação, que está empenhada “no desenvolvimento de testes alternativos”, acrescentado: “Esperamos que juntos, possamos trabalhar para um mundo cruelty-free”.

Contudo, os internautas não reagiram bem à decisão e muitos apelam ao boicote. Foi criada a hashtag #boycottNARS. Laura Jardon foi uma das consumidoras que ficou indignada com a decisão. “Ganância, Ganância, Ganância. Tenham vergonha”, escreveu no Twitter.

Rebekah Underwood, outra internauta revoltada, escreveu “sinceramente não sei o que estão a pensar. Para além de muitos dólares”, sugerindo que a empresa só se interessa pelo lucro. “Mais do que desapontada quando marcas de maquilhagem colocam o lucro acima dos valores éticos”, lê-se noutra publicação.

Contudo, existem outras marcas apostadas em acabar com esta realidade da experimentação em animais. A The Body Shop lançou recentemente uma petição para acabar com os testes em animais. A marca pretende reunir oito mil assinaturas e levar a discussão às Nações Unidas. 

Acabar com testes em animais? São precisas oito milhões de assinaturas

Texto editado por Bárbara Wong