Soutien Eva, desenvolvido pela Higia Technologies.
Soutien Eva, desenvolvido pela Higia Technologies. Higia Techonologies

Tecnologia

Eva: Poderá este soutien detectar o cancro da mama?

Eva é o nome do soutien desenvolvido por quatro jovens empreendedores. Ainda numa fase protótipo.

Eva é o nome de um soutien que pode ser revolucionário. Criado por Julian Rio Cantu, um jovem mexicano de 18 anos, esta peça da lingerie feminina pretende ajudar na detecção dos sinais de cancro da mama, algo que o seu criador acredita que poderá salvar milhões de vidas no mundo, conta o Telegraph.

O segredo está na composição do soutien que tem 200 sensores aquecidos que analisam o fluxo sanguíne em analisar a superfície, textura, cor e temperatura do peito da mulher.

O mesmo jornal explica que, depois de obtidas estas informações, os dados são enviados através de bluetooth para o computador ou smartphone da pessoa que o usa, através de uma aplicação. Depois de se obter toda a informação, esta é processada e guardada, para que quando existam alterações nos dados a mulher seja informada.

De forma a não interferir com a vida diária de quem o usa, o soutien Eva tem apenas de ser utilizado uma vez por semana, durante um período de 60 a 90 minutos.

Contudo esta ideia não nasceu por acaso. A motivação por detrás da criação deste soutien, que se encontra ainda em fase de protótipo, surgiu depois de a mãe de Julian ter sido diagnosticada com cancro da mama, já numa fase avançada da doença.

Após a sua experiência pessoal, este jovem empreendedor decidiu começar a investigar sobre a doença e as formas de diagnóstico utilizadas actualmente, afirmando que “ [este sistema] permite a detecção numa fase inicial de sinais da doença”, conforme explicou o mentor do projecto à BBC.

Mas Julian não esteve sozinho no desenvolvimento deste projecto contando com a ajuda de três amigos na criação, que detêm agora a empresa Higia Technologies.

O sucesso foi tanto que, conforme anunciou o Telegraph, após vencerem o maior galardão nos Prémios Mundiais de Jovens Empreendedores, já reuniram a quantia de que necessitavam, cerca de 18 mil euros para iniciar a fase de testes ao produto. 

No entanto, existem cépticos em relação a esta forma de detecção do cancro. Anna Perman, do Centro de Investigação de Cancro, em Londres, declarou à BBC: “Sabemos que, normalmente, os tumores apresentam um sistema pouco normal de vasos sanguíneos, contudo, também sabemos que o aumento de fluxo sanguíneo não é necessariamente um sinal de alerta para o cancro”.

Apesar disso, a investigadora valoriza o esforço dos jovens, declarando que “é óptimo ver estes jovens a trabalhar nestas áreas e a terem estas ideias inovadoras”, reforçando a ideia de que “uma parte importante da ciência são os testes rigorosos, de forma a termos a certeza de que inovações como esta beneficiam os doentes”.