• O Dolce CampoReal Lisboa tem um spa renovado
    O Dolce CampoReal Lisboa tem um spa renovado
  • O spa do Dolce  CampoReal Lisboa conta com oito salas para massagem
    O spa do Dolce CampoReal Lisboa conta com oito salas para massagem
  • No Mandalay Spa, há duas salas para massagem a casal
    No Mandalay Spa, há duas salas para massagem a casal
  • A marca de faciais usada no spa é Linda Meredith
    A marca de faciais usada no spa é Linda Meredith
  • Exterior do  Dolce  CampoReal Lisboa
    Exterior do Dolce CampoReal Lisboa
  • Wellington Bar do Dolce CampoReal Lisboa
    Wellington Bar do Dolce CampoReal Lisboa
  • Quarto premium do Dolce CampoReal Lisboa
    Quarto premium do Dolce CampoReal Lisboa
  • Royal suite do Dolce CampoReal Lisboa
    Royal suite do Dolce CampoReal Lisboa
  • Piscina exterior do Dolce CampoReal Lisboa
    Piscina exterior do Dolce CampoReal Lisboa
  • Piscina exterior do Dolce CampoReal Lisboa
    Piscina exterior do Dolce CampoReal Lisboa
  • O Dolce CampoReal Lisboa localiza-se no Turcifal
    O Dolce CampoReal Lisboa localiza-se no Turcifal
  • Campo de golfe do Dolce CampoReal Lisboa
    Campo de golfe do Dolce CampoReal Lisboa
  • Winery do Dolce CampoReal Lisboa
    Winery do Dolce CampoReal Lisboa

Spa Mandalay, Dolce CampoReal Lisboa

Devolvam-nos o pescoço, se faz favor

Fala-se da Birmânia quase sempre por maus motivos. Mas este é bom. Um spa com filosofia e técnicas daquele país abriu há pouco tempo perto de Torres Vedras. No Mandalay, sentimos o corpo a deixar de nos pertencer

A massagem que nos coube em sorte tinha por nome Abyhanga, que faz parte dos rituais Sundãri, “uma abordagem holística e natural à beleza e bem-estar” baseada “na antiga sabedoria Ayurveda”. Nomes bonitos e exóticos que só não nos levaram aos céus porque não arriscámos entrar num balão de ar quente, como estava previsto. Ainda assim, corpo e mente como que esvoaçaram na sala Katmandu do renovado spa do hotel Dolce CampoReal Lisboa.

A terapeuta que nos coube em sorte tinha por nome Melissa Ferreira, que foi ajudar no arranque do primeiro Mandalay em Portugal, tendo sido a responsável por “perdermos” o pescoço e vermos fugir a tensão para endereço desconhecido. Não estava previsto. Obrigada.

Depois de definido o nosso dosha predominante (através de um inquérito e seguindo a tipologia indiana de caracterização da personalidade), veio uma breve explicação do que se iria passar naquela manhã: “Abyhanga é uma massagem com origem indiana. É de relaxamento, não é muito profunda, se bem que eu possa adaptar a pressão (mais forte ou mais suave) às suas preferências”, descreve a terapeuta. Informa ainda que “é uma massagem que não tem muito trabalho muscular, trabalha mais com a parte energética”. Seja. Vamos a isto.

Numa sala confortável, bem cheirosa (numa mistura que parece ser de gengibre, limão, canela) e com a música que se espera nestes ambientes, entregamo-nos às mãos de Melissa. Mais adiante, também à pressão dos seus antebraços.

Embora centrada sobretudo nas costas e pescoço, os membros superiores merecem alguma atenção neste ritual, cuja natureza e aroma dos óleos utilizados durante a massagem são escolhidos em função do (tal) dosha dominante do cliente, previamente descodificado. Há três doshas: Vata, Pitta, Kapha. E as terapias que aqui se executam focam-se na manutenção do equilíbrio entre eles.

 

Dança de pés nus

Parece contraditório falar em delicadeza e firmeza, mas é exactamente isso que a terapeuta consegue exercitar nos movimentos, ora mais localizados ora mais abrangentes, que vai imprimindo sobre nós. Não a vemos, estamos de barriga para baixo, mas é fácil imaginá-la numa espécie de dança à nossa volta. Por vezes, descobrimos-lhe os pés. Sabemos que está descalça. “É para não incomodar com o barulho dos passos que os chinelos fariam”, explicará depois, acrescentando, “e a energia da terra fluirá melhor através de nós, terapeutas, até chegar a quem está no tratamento”.

No final, e falando de pés, coube-nos em sorte outro imprevisto. E outra terapeuta. De seu nome Natasha Vieira, que nos diz: “Este lava-pés é muito usado no Oriente. Pode acontecer logo no início do ritual, como boas-vindas, para a pessoa se limpar de qualquer tensão, agitação e stress, ou como despedida, para expulsar definitivamente aquilo que não é necessário e ainda a perturba.”

Jovem e sorridente, Natasha, com origens madeirenses, vai satisfazendo a nossa curiosidade, enquanto nos massaja os pés depois de os mergulhar em água morna: “Estou a usar um esfoliante de meen, ingrediente botânico recorrente na tradição Ayurveda. Provém de uma árvore com características curativas, chamam-lhe ‘árvore-farmácia’.”

Conta-nos ainda que é usual, na Índia, plantarem-na junto de hospitais e outras unidades de saúde, “pelo poder de purificação do ar”.

O “arranhar” que sentimos durante a reconfortante massagem deve-se “a sementes de tâmaras, que são desintoxicantes”. E que bem que sabe quando pressiona um ponto algures no centro da planta do pé: “É o plexo solar, onde vamos buscar a energia. Um ponto importante para estimular a circulação linfática. Actua no diafragma, se estivermos a falar de reflexologia.” E sugere que o pressionemos diariamente durante 15 segundos.

 

Uma equipa intuitiva

Este é o primeiro spa com a marca Linda Meredith, “a rainha dos faciais” ou “a marca das estrelas de cinema”. Ela trata todos aqueles que “têm de cuidar muito bem do visual, usando oxigénio, colagénio, V-tox (substituto do botox), com grande eficácia e em pouco tempo”, disse Pedro Amaro, director-geral da Top Spa, na apresentação do Mandalay à comunicação social.

Já com sete spas a operar em unidades hoteleiras de cinco estrelas, aquele responsável quis sublinhar “a competência da equipa que acolheu o conceito Mandalay”, pois percebeu rapidamente “a essência das marcas” e “manteve-se rigorosa nos protocolos”, além de se revelar “muito intuitiva”.

Referiu ainda a qualidade da marca exclusiva para homens, The Refinery – London, com origem há dez anos em Mayfair, Londres. “O spa ficou afamado e a marca decidiu criar uma gama de produtos de cuidados masculinos, que é das mais extensas que existe em spa”, informou. “É o que eu uso”, declarou.

Não é um pormenor o foco no universo masculino para esta unidade hoteleira, já que acolhe muitos praticantes de golfe, maioritariamente homens. Para eles, há uma série de tratamentos especializados, adequados às lesões e posturas continuadas desta prática desportiva.

 

Uma harpa por dedilhar

Pedro Amaro justificou a experiência em balão de ar quente como “símbolo de um dos melhores passeios de balão do mundo, que é feito em Bagan, uma cidade com mais de 1400 templos budistas e que podem ser visitados sem qualquer controlo”. Já “Mandalay” foi escolhida por ser “uma das principais cidades da Birmânia, localizada numa zona estratégica entre a Índia, a Tailândia e o Bangladesh, com algumas dessas paragens a dar nomes às salas do spa”.

Mandalay Spa conta com oito salas (faltava ainda abrir uma no momento da nossa visita), duas para casal, com boas áreas, algumas com janelas amplas e vista para o campo de golfe. Há ainda a possibilidade de fazer o “percurso de água”, com piscina de hidromassagem e jacuzzi, que se complementam com duches sensoriais, sauna, banho turco e fonte de gelo.

A decoração pareceu-nos ajustada à geografia e universo propostos. A vontade de dedilhar uma harpa birmanesa original foi impedida pelo vidro que a protegia, mas pôde-se observar de perto as esculturas em teca (madeira abundante naquelas latitudes) trabalhadas por artesãos locais.

O director-geral da Top Spa disse depois ao Life&Style que este espaço quer também servir a população de Torres Vedras: “Não é exclusivo para os hóspedes do hotel nem para os residentes do condomínio [integrado no terreno envolvente]. Queremos ter aqui pessoas da região.” E lembra que a entrada para o spa é independente da do hotel, facilitando o acesso directo.

Voltando ao tratamento, faltou mencionar que antes ainda do lava-pés, tivemos direito a uma breve demonstração do que seria a Facial Dosha, com massagem no topo da cabeça, nas fontes e na testa. Para nos despertarem do relaxamento total, usaram um pequeno sino. Um tilintar divertido que nos remeteu para a infância.

Ficou a vontade de voltar, certos de que, sem a preocupação de transmitir a informação que aqui se trouxe, não “perderemos” apenas o pescoço. Teremos então de reclamar a devolução de um corpo esquecido, talvez pendurado no bengaleiro e certamente a esvoaçar.

 

Dolce CampoReal Lisboa
Rua do Campo, Turcifal, Torres Vedras
T. 261960909
camporeal@mandalay-spa.com 

Massagem Abyhanga (Sundãri) — 55 minutos (90€); 85 minutos (150€)