• A área de exposição é de 141 mil metros quadrados
    A área de exposição é de 141 mil metros quadrados DR
  • Acredita-se que o espaço de exposição maior é o da Rolex com 1625 metros quadrados
    Acredita-se que o espaço de exposição maior é o da Rolex com 1625 metros quadrados DR
  • Em 2016 o número de visitantes foi de 150 mil pessoas
    Em 2016 o número de visitantes foi de 150 mil pessoas DR
  • O projecto do stand da Patek Philippe ficou a cargo O projecto ficou a cargo do estúdio de arquitectura Ottavio di Blasi & Partners
    O projecto do stand da Patek Philippe ficou a cargo O projecto ficou a cargo do estúdio de arquitectura Ottavio di Blasi & Partners Clemens Bilan/Getty Images
  • Além da relojoaria também a joalharia marca presença na feira
    Além da relojoaria também a joalharia marca presença na feira DR
  • O stand da Swarovski é um dos mais brilhantes de Baselworld
    O stand da Swarovski é um dos mais brilhantes de Baselworld Clemens Bilan/Getty Images
  • Ao todo são 21 quilómetros de fachadas de stands
    Ao todo são 21 quilómetros de fachadas de stands DR
  • Na Breitling há um aquário com 17 mil litros de água
    Na Breitling há um aquário com 17 mil litros de água Harold Cunningham/Getty Images
  • Os principais negócios são feitos na feira
    Os principais negócios são feitos na feira DR
  • Desenhado pelo arquitecto Thierry W Despon, o stand manteve-se depois de 2013
    Desenhado pelo arquitecto Thierry W Despon, o stand manteve-se depois de 2013 DR
  • Ao todo existem 12 pavilhões que vão das marcas nacionais às globais
    Ao todo existem 12 pavilhões que vão das marcas nacionais às globais DR
  • As paredes da Bulgari simulam a pele de cobra, o principal símbolo das colecções de joalharia e relojoaria da marca italiana
    As paredes da Bulgari simulam a pele de cobra, o principal símbolo das colecções de joalharia e relojoaria da marca italiana DR
  • Durante uma semana cerca de 25 mil pessoas trabalham nos stands
    Durante uma semana cerca de 25 mil pessoas trabalham nos stands DR
  • O exterior do stand da Dior é decorado uma espécie de véu que simula a rede utilizada nos vestidos originais da marca
    O exterior do stand da Dior é decorado uma espécie de véu que simula a rede utilizada nos vestidos originais da marca Getty Images
  • Ao longo de oito dias as marcas apresentam as novidades para o ano seguinte
    Ao longo de oito dias as marcas apresentam as novidades para o ano seguinte DR
  • A estrutura de três andares da Omega incorpora conceitos design presentes em diferentes boutiques da marca à volta do mundo.
    A estrutura de três andares da Omega incorpora conceitos design presentes em diferentes boutiques da marca à volta do mundo. Clemens Bilan/Getty Images
  • A estrutura minimalista em preto e branco da Chanel foi desenhada pelo arquitecto Peter Marino
    A estrutura minimalista em preto e branco da Chanel foi desenhada pelo arquitecto Peter Marino DR
  • A Hermès recrutou o prémo Pritzker japonês Toyo Ito para desenhar o seu espaço
    A Hermès recrutou o prémo Pritzker japonês Toyo Ito para desenhar o seu espaço Clemens Bilan/Getty Images

Cem anos depois e Baselworld continua a ser o grande palco do luxo

A edição centenária da maior e mais importante feira de relojoaria e joalharia do mundo — Baselworld — começa nesta quarta-feira, em Basileia, na Suíça.

Quem percorrer Baselworld de uma ponta a outra sentir-se-á no direito de afirmar que “foi uma corrida” — e com razão. Os 21 quilómetros (semelhantes aos 21,1 de uma meia maratona) das fachadas dos stands da feira suíça reúnem centenas de marcas relojoeiras e joalheiras de topo. É um momento único de concentração de riqueza.

Durante oito dias, as marcas apresentam as suas novidades aos vendedores, à imprensa e ao público de todos os cantos do mundo. Chamar stands às estruturas onde se instalam todos os anos, por exemplo, a Rolex, a Bulgari e a Hermès é quase blasfémia, pois trata-se de autênticas flagship stores, com investimentos milionários — muitas delas projectadas por arquitectos conceituados —, onde o metro quadrado custa 1379 euros.

A feira que começou como uma mostra dos vários sectores económicos da Suíça especializou-se ao longo do século XX na relojoaria e joalharia e tornou-se um acontecimento global — o mais importante na agenda anual do sector. A edição deste ano — de 23 a 30 de Março — marca o centenário de Baselworld.

O que é Baselworld?
É a maior e mais antiga feira de relojoaria e joalharia do mundo e uma das maiores concentrações de riqueza à face do planeta. Baselworld junta grandes marcas (no pavilhão principal), assim como outras em ascensão (no espaço para marcas nacionais e internacionais). A feira anual realiza-se desde 1917, normalmente em Março, e por toda a cidade suíça sucedem-se centenas de eventos-satélite. As marcas de topo investem milhões de euros nas suas presenças nesta feira e muitos dos stands são criados por arquitectos conceituados e podem ter vários andares.

Os dez "stands" mais impressionantes estão na infografia
 

O que acontece durante Baselworld?
Durante oito dias, as marcas apresentam as novidades para o ano seguinte. Os compradores e distribuidores marcam reuniões para fazerem as suas encomendas e a imprensa — aproximadamente 4400 jornalistas, segundo a organização — relata as tendências do mundo da relojoaria e joalharia. “É um alto investimento, claro, mas dá-nos um bom retorno. Fazemos até 50% dos nossos negócios anuais lá”, revelou em 2014 Jean-Frédéric Dufour, na altura CEO da Zenith (actualmente CEO da Rolex), ao Financial Times.

Apesar de ser direccionada para profissionais da indústria, Baselworld está aberta ao público — o bilhete diário custa 60 francos suíços (aproximadamente 55,79 euros).

A feira está dividida em 12 pavilhões, sendo que o Hall 1.0 é onde estão situadas as marcas mais prestigiadas — Rolex, Patek Philippe, Bulgari e Chopard, entre outros.

2013, ano de renovação
A feira de Basileia inaugurou o espaço totalmente renovado em 2013, com novos pavilhões de exposição — um investimento de cerca de 421,1 milhões de euros, de acordo com o Financial Times. O projecto ficou a cargo da Herzog and De Meuron, a mesma firma de arquitectura que desenhou o estádio dos Jogos Olímpicos de Pequim (que muitos designam como "ninho de pássaro").

O pavilhão principal foi totalmente reconstruído e foi acrescentada uma ligação para um pavilhão do lado oposto da rua — uma estrutura impressionante com uma abertura no meio que permite a entrada de luz natural. De acordo com o Financial Times, o MCH Group — detentor do evento — acredita que o investimento levará até 50 anos para ser amortizado, mas que valeu a pena.

Várias marcas aproveitaram a onda para recriar também os seus stands

Outros momentos marcantes:
1917 — Ano da primeira feira, na altura designada Schweizer Mustermesse Basel (MUBA). Começou como uma feira para vários sectores da indústria suíça.

1925 — A Fortis apresentou o modelo automático desenvolvido pelo relojoeiro inglês John Harwood. Numa altura em que a maioria dos relógios eram automáticos, este lançamento foi o centro das atenções, relembra a publicação Quill & Time.

1973 — Europe’s Meeting Place foi o nome dado à edição de 1972. Até à data, a feira era exclusivamente para empresas suíças, mas nesse ano foram convidadas também outras francesas, italianas, alemãs e britânicas.

1986 — Pela primeira vez foi permitida a entrada a empresas de fora da Europa, tornando a feira de Basileia um evento mundial.

Década de 1980 — Depois do impacto que a introdução dos relógios baratos de quartzo teve na relojoaria, o sector conseguiu reerguer-se no final da década de 1980. Por esta altura ainda eram pouco comuns as marcas de joalharia. Ao contrário dos relógios, as peças de joalharia só começaram a ser vendidas com uma marca associada alguns anos mais tarde.

A outra feira suíça
Não vai encontrar em Baselworld marcas do grupo Richemont — como Piaget, Cartier, Van Cleef & Arpels, A. Lange & Söhne e Jaeger-LeCoultre —, já que este apresenta as novidades no Salon International de la Haute Horlogerie (SIHH), em Genebra, logo no início de cada ano. A primeira edição foi em 1991, quando cinco marcas decidiram abandonar a feira de Basileia e criar um acontecimento exclusivo.

Ao contrário de Baselworld, que está aberta ao público, o SIHH funciona exclusivamente por convite. Na edição de 2017 (16 a 29 de Janeiro), contudo, houve, pela primeira vez, um dia aberto ao público, o bilhete custava 65 euros. É um evento mais pequeno e privado, mas com bastante influência no mundo da relojoaria e joalharia.

A feira que move a cidade inteira 
Os hotéis em Basileia e nas localizações mais próximas ficam totalmente cheios. A maior parte das pessoas marca alojamento com muitos meses de antecedência e algumas organizações com presença frequente já têm acordos com os hotéis.

A pouca oferta e os preços exorbitantes durante a semana da feira levam a que grande parte dos visitantes fique hospedada nas cidades e vilas mais próximas na Suíça, França e Alemanha — entre elas Bienna, Zurique, Berna e Mulhouse. Todos os dias apanham comboios e fazem viagens até uma hora para chegar a Baselworld.

Quais os desafios actuais de Baselworld?
Segundo a organização, um dos maiores desafios é a capacidade de dar resposta às inovações tecnológicas. “Manter o impulso para permanecer no topo do campeonato como já fazemos há cem anos é difícil de conseguir e só pode ser alcançado aprendendo com a história, adaptando-nos às necessidades do mercado em constante mudança para reflectir sempre o mercado, evoluir com a tecnologia e nunca deixar de inovar. Esforçamo-nos para antecipar as prováveis novas tendências e para onde o mercado está a ir para que possamos ficar um passo à frente”, revela Loraine Stantzos, directora de marketing e comunicação de Baselworld.

Há várias marcas a queixarem-se dos custos elevados da presença nesta feira, sobretudo depois da renovação em 2013, que levou a que os preços aumentassem consideravelmente. Algumas, como a Girard-Perregaux, têm mesmo optado por deixar de exibir.

Baselworld continua a ser a maior feira de relojoaria e joalharia, mas já não é o único grande evento a nível mundial. O calendário anual é marcado hoje também pela JCK Las Vegas, em Junho, e pela Hong Kong Jewellery & Gem Fair, em Setembro.