Clare Waight Keller a agradecer ao público, no final de um desfile Chloé
Clare Waight Keller a agradecer ao público, no final de um desfile Chloé Reuters/BENOIT TESSIER

Moda

Clare Waight Keller será a nova directora criativa da Givenchy

A ex-directora criativa da Chloé vai assumir as rédeas da casa de alta-costura francesa, a partir de Maio.

A Givenchy escolheu Clare Waight Keller – que esteve seis anos à frente das colecções da Cholé – como sua nova directora artística, no seguimento da saída de Riccardo Tisci, no início de ano. A notícia foi confirmada pelo CEO Philippe Fortunato, à WWD.

Waight Keller deverá apresentar a sua primeira colecção (de Primavera/ Verão 2018) com a marca francesa em Outubro deste ano. "Ela tem esta grande habilidade de quebrar as regras e inovar sem causar uma revolução", explica Fortunato. "A sua abordagem muito focada vai ajudar a marca a construir o impulso contínuo que temos – e levá-lo para o próximo nível".

A designer já confirmou a notícia nas redes socias, publicando uma fotografia de Hubert de Givenchy, fundador da marca, com a legenda "A jornada começa" e outra de si própria, escrevendo "Estou verdadeiramente entusiasmada por me juntar à elegante Maison Givenchy". A data de entrada está marcada para 2 de Maio.

A escolha de Keller – que levou para a Chlóe uma estética ao mesmo tempo feminina e brincalhona – sugere que a Givenchy estará pronta para ultrapassar o estilo arrojado com um toque gótico desenvolvido por Riccardo Tisci ao longo de 12 anos e para explorar o lado da elegância aristocrática e charme arquitectónico associado à marca, avança ainda a WWD. Indissociável da marca é também a figura de Audrey Hepburn, a musa do fundador.

 

The journey begins

Uma publicação partilhada por Clare Waight Keller (@clarewaightkeller) a

Tisci for um dos responsáveis pelo sucesso e enorme crescimento da marca durante a última década. A Givenchy tem hoje 72 lojas independentes a nível mundial, em comparação com a sete que tinha em 2005, e o volume de vendas anuais ronda os 500 milhões de euros, de acordo com o New York Times. "O capítulo que Riccardo Tisci escreveu com a Maison Givenchy representa uma visão incrível para sustentar o seu contínuo sucesso e eu gostaria de lhe agradecer de forma calorosa pela sua contribuição fundamental", disse Bernard Arnault, presidente e CEO da LVMH – grupo detentor da Givenchy –, em comunicado.

Grupo LVMH: Há um novo Arnault aos comandos

Voltando um pouco atrás neste jogo de cadeiras: Tisci dirigiu durante 12 anos as colecções de pronto-a-vestir e alta-costura da Givenchy – que desde a reforma do seu fundador em 1995 já viu entrar sair outros designers como John Galliano e Alexander McQueen. O lugar que Keller deixou vago na Cholé quando apresentou a demissão em Janeiro já foi preenchido por Natacha Ramsay-Levi, que trabalhou sob a liderança de Nicolas Ghesquière, na Louis Vuitton.

Tisci, ao que os rumores indicam, já terá uma outra cadeira na mira. Segundo fontes da WWD, a Versace tem andado atrás do designer para este eventualmente dar seguimento ao trabalho de Donatella, que é directora criativa da marca desde a morte do irmão Gianni, em 1997. Ao que parece os dois são amigos e Donatella até apareceu numa campanha da Givenchy em 2015.

 

I am truly thrilled to be joining the beautiful Maison Givenchy

Uma publicação partilhada por Clare Waight Keller (@clarewaightkeller) a

Enquanto designers como Karl Lagerfeld mantém posições fixas no topo de grandes marcas há longos períodos de tempo – neste caso, desde 1983 – muito outros têm abandonado o navio mais cedo. Casos recentes incluem, Alexander Wang (da Balenciaga),  Alber Elbaz (da Lanvin) e Raf Simons (da Dior).

"Ao que parece a destabilização é o novo normal", comenta Linda Fargo, uma vice-presidente na Bergdorf Goodman, citada pelo New York Times.