Para pensar no fim-de-semana
Como aprender com a derrota? Comece por estes quatro passos
Hillary Clinton já está a escrever o seu próximo livro e, tal como a candidata democrata, toda a gente pode aprender com as suas derrotas.
Poucos meses depois das eleições, Hilary Clinton já começou a escrever um novo livro. Um conjunto de ensaios em que irá reflectir sobre os momentos altos e baixos da sua vida – incluindo a impressionante derrota de 2016, a partir das frases que mais a motivam. Segundo um texto publicado no Politico, a candidata do partido democrático tem estado também em contacto com alguns ex-conselheiros, a estudar apresentações para melhor compreender os motivos que levaram aos surpreendentes resultados de Novembro passado.
Não é de estranhar que a maior parte das pessoas prefira não falar das suas derrotas – ou sequer pensar nelas –, mas ao ignorá-las perde uma série de dados valiosos para o futuro. Apesar de muitos o reconhecerem, nem sempre agem. “Enquanto crianças aprendemos bastante cedo que se fizermos qualquer coisa errada somos culpados. É um sentimento desagradável. Não o queremos sentir, empurramos para o lado”, diz Amy Edmondson, professora da Universidade de Harvard, acrescentando que mesmo quando queremos reconhecer os erros e aprender com eles, a verdade é que “não temos ou não praticamos as capacidades para o fazer” com a frequência desejada.
Psicólogo clínico e autor de Emotional Firt Air, Guy Wich delineou quatro aspectos, num artigo para o Huffington Post, para transformar uma tarefa que por vezes parece gigante e abstrata num exercício tangível.
Reavaliar o planeamento
“Quanto tempo dedicou a planear a melhor forma de atingir um objectivo antes de começar?”, pergunta Wich. Por outras palavras, passou tempo suficiente a pensar em questões como possíveis desafios e como superá-los? Wich sugere que reflicta como esses contratempos poderiam ter sido resolvidos logo no início.
Reavaliar a preparação
Se o mais pequeno obstáculo consegue facilmente desviá-lo do plano inicial, a probabilidade de sucesso é consideravelmente menor. Wich dá um exemplo: o objectivo de melhorar a saúde passando a ir três vezes por semana ao ginásio, pode ser arruinado quando a babysitter cancela – isto se não houver já um plano alternativo.
Reavaliar execução
Por mais dedicada que seja uma pessoa, provavelmente vai sentir altos e baixos no nível de esforço e dedicação ao longo de um projecto. Wich sugere que olhe para o passado e que identifique quando se sentiu mais desmotivado e quais as circunstâncias externas que contribuíram para isso. Assim, vai conseguir mais facilmente antecipar estes acontecimentos e saber como se preparar para eles. O psicólogo dá ainda duas sugestões: criar incentivos especiais em momentos críticos e fazer brainstorming de formas como gerir factores externos.
Focar-se nas variáveis sob o seu controlo
A derrota pode fazer qualquer um entrar num ciclo de autocomiseração e sentir que não tem capacidade para mais. Tudo isso é, segundo Wich, uma partida da própria mente. Dá o exemplo que uma pessoa que não conseguiu a promoção que queria por não ter resultados de vendas suficientemente bons – apesar de se ter esforçado ao máximo. Em vez de pensar que simplesmente não tem capacidade, por que não inscrever-se num curso para melhorar o discurso ou passar mais tempo a conhecer os clientes?
Da próxima vez que tiver a oportunidade de olhar para uma derrota, estes quatro aspectos podem ser um bom começo para a reflexão. E lembre-se que mesmo uma derrota como a de Hillary é o ponto de partida para um novo capítulo.