No caso delas, oscilação das ancas e movimentos assimétricos nas coxas e nos braços e, no caso deles, variedade e amplitude dos movimentos no pescoço e no tronco e velocidade dos movimentos do joelho direito. Estas são as características que tornam, respectivamente, a dança das mulheres e dos homens mais atractivas, segundo dois estudos de um grupo de cientistas.

O mais recente foi publicado nesta quinta-feira, no Scientific Reports. Utilizando uma tecnologia de captura de movimento em 3D, o grupo de psicólogos gravou mulheres a dançar ao som de um ritmo básico, produzindo 39 clips com avatares. Os clips foram depois mostrados a 57 homens e 143 mulheres – todos acima dos 18 anos e heterossexuais –, que avaliaram a qualidade da dança, numa escala de 1 a 7. Desta forma, nota o estudo, os participantes puderam fazer uma avaliação sem serem influenciados pelo aspecto visual ou altura das mulheres que dançavam.

O estudo conseguiu identificar quais os tipos de movimentos específicos que são mais apelativos para as pessoas, sendo que as apreciações não variaram muito entre homens e mulheres. Segundo Nick Neave, o cientista que dirigiu o estudo, o resultado demonstra que a qualidade da dança envia sinais tanto aos homens como às mulheres. “Sim, [as mulheres] estão a dançar para atrair homens, mas também estão a dançar para mostrar às outras mulheres como são boas”, justificou ao The Guardian.

Segundo as conclusões do estudo, os movimentos de anca estão directamente ligados às características tipicamente femininas e a capacidade de conseguir mover os membros de forma assimétrica – desde que a pessoa não comece a fazer movimentos desequilibrados –  pode ser interpretada como sinal de um controlo motor bem desenvolvido.

O mesmo grupo de cientistas publicou em 2010 um estudo sobre a dança dos homens, utilizando uma tecnologia de captura de imagem semelhante. Os clips de 15 segundos foram mostrados a 39 mulheres, que revelaram preferência por homens mais vigorosos e com mais técnica – sinais da sua capacidade física.