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EUA

Melania Trump, a primeira-dama estrangeira

Melania vai tornar-se a primeira-dama de origem estrangeira em quase dois séculos.

Elegante, sorridente, a antiga manequim de origem eslovena de 46 anos esteve ao lado do marido com um longo vestido claro na última noite, aquando do seu discurso de vitória nas presidenciais norte-americanas, no Hotel Hilton em Nova Iorque, Estados Unidos. Uma presença discreta, a mesma que teve durante toda a campanha em que tentou humanizar o seu marido, 24 anos mais velho.

“Ele será um grande Presidente”, disse Melania no início de Novembro em Berwyn, perto do estado de Filadélfia.

Vestida com uma camisa rosa, visivelmente intimidade, foi a primeira vez que Melania Trump, terceira mulher de Donald Trump e mãe do seu filho mais novo (Barron, de 10 anos), interveio sem o marido.

“Sempre que o meu marido descobre que uma fábrica fechou em Ohio, na Carolina do Norte ou na Pensilvânia, vejo que fica muito zangado”, afirmou. “Ele sabe como agitar as coisas, não é?”, acrescentou também, em alusão aos discursos inflamados do candidato republicano que insultou mulheres, mexicanos, muçulmanos, portadores de deficiências, entre outros.

Obviamente a tentar suavizar a imagem do marido, Melania tornou-se defensora dos “valores americanos, bondade, honestidade, respeito, compaixão e generosidade”. “Temos de encontrar uma maneira melhor para falar com as pessoas, para discordar e para nos respeitarmos”, insistiu, contrastando com os discursos violentos e injuriosos do candidato republicano.

Num discurso simples e directo, Melania Trump apresentou-se como uma mulher “independente”, assegurando que o seu marido “respeita as mulheres e oferece-lhes as mesmas oportunidades” que aos homens, depois de Donald Trump ser acusado por mais de uma dúzia de mulheres de agressões sexuais. Factos que o candidato tem continuamente negado.

O plágio a Michelle Obama
Evocando as suas ambições a primeira-dama, Melania Trump afirmou que será uma “defensora das mulheres e das crianças”.

Em 1999, em entrevista ao New York Times, já tinha dito que se Trump algum dia se candidatasse e ganhasse, ela seria uma primeira-dama “extremamente tradicional – como Betty Ford ou Jackie Kennedy, eu vou apoiá-lo”.

O seu primeiro grande discurso na convenção do Partido Republicano, em meados de Julho, foi um fiasco: foi criticada por ter plagiado passagens inteiras de um discurso da primeira-dama Michelle Obama, em 2008.

A responsável pelo seu discurso declarou-se culpada e Melania Trump evaporou-se da cena política, onde já tinha estado muito presente, ao ponto de nascer a hashtag #WhereisMelania (“Onde está Melania?”) no Twitter. Ela respondeu, depois, à rede social: “Estou a aproveitar a vida e a minha família e amo o nosso país.”

Antes da convenção republicana, Melania deu várias entrevistas, defendendo o seu marido a 100% sobre todos os temas, com o seu forte sotaque esloveno, e argumentou desde cedo que se preferia concentrar na educação do seu filho Barron.

No início de Agosto, fotos de Melania nua, alegadamente tiradas nos Estados Unidos em 1995, surgiram no tablóide New York Post e suscitaram questões acerca do seu estatuto legal no país à época, uma vez que sempre afirmou ter chegado ao país em 1996. “Sempre estive em ordem com as leis de imigração deste país”, assegurou no Twitter. Melania tornou-se cidadã americana em 2006 e considera a cidadania americana “um privilégio”.

A última primeira-dama de origem estrangeira foi Louisa Adams, mulher do Presidente John Quincy Adams (1825-1829), nascida em Inglaterra.