Editorial
Barack Obama: “É também responsabilidade dos homens combater o sexismo”
Presidente dos Estados Unidos escreveu um texto para a revista Glamour sobre feminismo.
Barack Obama celebrou os seus 55 anos esta quinta-feira e publicou um artigo na revista norte-americana Glamour sobre a importância de ser feminista, recordando o seu crescimento sem uma figura masculina e a longa luta pela igualdade nos Estados Unidos. “Este é um tempo extraordinário para se ser mulher”, escreve. “E digo isto não só como presidente mas também como feminista”, declara.
Num editorial longo, intitulado This Is What a Feminist Looks Like, o presidente destaca as conquistas femininas, desde o direito de voto ao acesso e liderança em determinadas profissões e à sua independência financeira, reconhecendo, no entanto, que “ainda há muito trabalho a fazer”.
“Apesar de continuar a trabalhar em boas políticas – desde o pagamento salarial igual ao trabalho igual à protecção dos direitos reprodutivos – há mais algumas mudanças que não têm nada a ver com a aprovação de novas leis. Na verdade, a mudança mais importante talvez seja a mais difícil – mudar-nos a nós próprios”, escreve Obama, frisando que “as pessoas mais importantes” da sua vida foram “sempre” mulheres.
O actual presidente dos Estados Unidos elogia o trabalho e dedicação da avó, da mãe, que o criou sozinha e da mulher, Michelle Obama. “Gosto de pensar que tenho estado consciente dos desafios únicos que as mulheres enfrentam – foi isso que moldou o meu próprio feminismo”, escreve, admitindo que observar as filhas Malia, de 18 anos, e Sasha, de 15, a crescer foi o que mais influenciou o seu feminismo, tendo ganho a consciência da pressão a que as raparigas e mulheres são actualmente sujeitas.
“Tenho de admitir que quando se é pai de duas raparigas, nos tornamos mais conscientes da forma como os estereótipos de género dominam a nossa sociedade. Vemos os comportamentos sociais subtis e não tão subtis transmitirem-se através da cultura. Sentimos a enorme pressão à qual as raparigas estão sujeitas para parecerem e comportarem-se e até pensarem de certa maneira”, continua.
“É importante que o pai delas seja feminista, porque assim é o que vão esperar de todos os homens”, atesta Obama, incitando em diversos momentos a mudança de atitudes. “É também uma responsabilidade dos homens combater o sexismo. E enquanto cônjuges, parceiros ou namorados, temos de trabalhar muito e ser assertivos sobre a criação de relações verdadeiramente iguais.”
No final do texto, Obama lembra os leitores que as eleições norte-americanas deste Outono são “um momento histórico” e frisou a importância de existeirem exemplos femininos em posições de poder e influência. “É isto que o feminismo do século XXI é: a ideia de que quando todos somos mais iguais, somos mais livres”, conclui.
O editorial de Obama, publicado online esta quinta-feira e já com milhares de partilhas nas redes sociais, faz parte da edição de Setembro da revista Glamour.