Lilás Orquídea Radiante em 2014, vermelho acastanhado Marsala em 2015 e agora uma fusão de dois tons diferentes: um azul claro Serenidade (15-3919) e um rosa claro Quartz (13-1520). O Instituto Pantone anunciou a sua cor símbolo para o próximo ano esta quarta-feira, no Wall Street Journal. Cores “mais suaves”, diz a Pantone. “Um aceno à igualdade de género”, diz a revista Quartz.

A combinação do rosa e do azul, além de demonstrar “um equilíbrio” entre um tom mais caloroso e um mais frio e tranquilo, promovendo “uma conexão e bem-estar” e sentimentos de “ordem e paz”, explica Leatrice Eiseman, directora-executiva do Institute Pantone, desafia também as tradicionais percepções da associação de cor.

“Estamos a viver uma indistinção de género no que à moda diz respeito que, por sua vez, tem tido impacto nas tendências de cor em todas as outras áreas do design. Esta abordagem mais unilateral à cor coincide com os movimentos sociais relativos à igualdade de género e fluidez”, diz Eiseman. Estas duas cores são, também, as cores da bandeira de orgulho transgénero, aponta a Quartz.

Apesar de tons claros, não é “azul-bebé” ou “rosa-bebé”, diz a directora. “Não tem esse sentimento palerma”, frisa.

Do ponto de vista do negócio, continua Eiseman, a fusão dos dois tons é “uma oportunidade de criar combinações extra”. A nível de decoração, estes são tons “perfeitos”, considera. Este tons – já vistos na passerelle da Chanel, Prada ou Valentino –, ficam bem em acabamentos mate, metálicos ou brilhantes com outros meios-tons, explica a empresa, incluindo os verdes, roxos, castanhos ricos, e todos os tons de amarelo e rosa.

O rosa Quartz e o azul Serenity já faziam parte das escolhas da Pantone para a Primavera 2016, reveladas no relatório semianual do Instituto, baseado em entrevistas aos designers que apresentam as suas colecções Primavera/Verão 2016 nas semanas de moda internacional. 

O anúncio de uma cor Pantone para o ano seguinte começou em 2000, ano em que o azul Cerulean foi o nomeado. Cada tom escolhido, explica Laurie Pressman, vice-presidente do Instituto, é suposto ser uma “reflexão” e um “antídoto” dos tempos actuais.