Marca
Urban Outfitters obrigada a retirar imagem de modelo demasiado magra
Anúncio "irresponsável" e "perigoso" foi banido de loja online britânica por promover uma imagem corporal irrealista.
A marca de vestuário norte-americana é conhecida pelas peças de roupa polémicas. Depois de uma t-shirt de manga curta a dizer "Depression" (depressão, em português), camisolas com frases a incentivar o consumo de álcool ou com manchas a fazer lembrar sangue, legendas controversas na loja online, a mais recente crítica é a um anúncio de lingerie.
Um espaço muito grande entre as coxas de uma das modelos de roupa interior levou os consumidores a questionar, nas redes sociais, se este seria mais um caso de Photoshop, o programa de edição de imagem, ou de extrema magreza. Um deles foi mais longe e apresentou queixa.
A Advertising Standards Authority (ASA), organização que regula as campanhas publicitárias no Reino Unido recebeu uma reclamação anónima sobre a "magreza pouco saudável" da modelo, concordou e obrigou a marca a retirar a fotografia do site e loja online do Reino Unido.
"Irresponsável", "perigosa", a roçar a promoção à anorexia foram as acusações da entidade reguladora. Para a ASA, o público-alvo da marca são "jovens adolescentes", por vezes "vulneráveis", que ao ver modelos destas podem ser facilmente influenciados por uma imagem corporal irrealista.
Em sua defesa, a Urban Outfitters disse que a modelo vinha de uma das "agências mais bem sucedidas e respeitadas do Reino Unido" e negou que a modelo usada no anúncio fosse abaixo do peso normal. Explicaram ainda que era "prática comum usar modelos magras na indústria da roupa interior" e revelaram a largura de cintura: 60 centímetros.
A fotografia em questão – onde não se vê a cara da modelo mas apenas o corpo da cintura para baixo – serve como anúncio a um par de cuecas femininas em renda vermelho escura com pintas. Embora o modelo de cueca em questão já não tenha a mesma fotografia, o E!online diz que ainda há "imagens de produto com o mesmo espaço entre as pernas, a mesma modelo e a mesma representação corporal".
Jo Swinson, ministra britânica para as Mulheres e Igualdades, aplaudiu a decisão da ASA, juntando-se a outros consumidores que se manifestaram nas redes sociais. "Tendo em conta o número preocupante de distúrbios alimentares entre jovens, apoio a ASA por encorajar uma imagem corporal mais positiva e por tomar medidas como esta. Espero que outras marcas vejam que estas imagens são inaceitáveis", disse ao tablóide britânico Daily Mail.