Olhos azuis, cabelos louros, pele lisa. Podia ser a descrição de uma qualquer top model, mas é a de Kristina Pimenova, uma menina que ainda não entrou na adolescência mas já tem seis anos de carreira na indústria da moda.

No currículo estão campanhas publicitárias para as mais conceituadas e diversas marcas de moda, entre as quais Versace, Benetton, Armani e Dolce&Gabbana, além de editoriais para a revista Vogue. Nas redes sociais, acumula milhões de fãs e seguidores.  

Filha de um ex-futebolista russo e de uma ex-modelo, Kristina participa em sessões fotográficas desde os três anos e as contas do Facebook (com dois milhões de fãs) e do Instagram (com quase 400 mil seguidores), são geridas e constantemente actualizadas pela mãe com fotografias da criança, alcançando milhares de ‘gostos’ e gerando muitos comentários, alguns inapropriados para a idade da menina.

“Esta criança é demasiado nova para ser modelo. Os pedófilos estão por toda a página”, escreveu um utilizador no Facebook sobre os comentários de vários homens a elogiar as pernas de Kristina. A ele juntaram-se mais vozes de discordância, que criticam a mãe por permitir que a filha pose de forma provocante e use maquilhagem algo carregada.

Na mesma rede social, a mãe defendeu-se e disse que foi a menina que quis experimentar. “Ela tem estado a divertir-se e a adorar cada minuto”, declarou, frisando que há "regras" para os comentários.

Mas, questiona o Hollywood Gossip, a “diversão legitimiza a decisão dos pais”? Numa altura em que tanto a indústria da moda como a da beleza são acusadas de promover padrões de beleza irrealistas, a utilização de crianças e adolescentes em campanhas publicitárias está a ser apelidada de “exploração”.

“A expressão dela é sensual em algumas fotos, algo sugestiva ou muito madura”, descreveu ao Daily Mail um agente de modelos londrino. “Essencialmente, estamos a olhar para o rosto de uma rapariga que é extraordinariamente bonita. Mas, talvez se esta cara fosse de uma rapariga com aparência ‘normal’, ninguém estaria a ter esta conversa”, acrescentou.