Nélson Garrido

Natalidade

Portugal é um dos países mais seguros para nascer

Portugal está entre os dez países mais seguros para os recém-nascidos, com uma das taxas de mortalidade neonatal mais baixas do mundo, revela um estudo publicado na revista The Lancet, esta terça-feira.

Numa série especial sobre a mortalidade neonatal, que reúne o contributo de 54 especialistas de 28 instituições em 17 países, a revista científica britânica diz apresentar o quadro mais claro de sempre sobre as hipóteses de sobrevivência de um recém-nascido e os passos que devem ser tomados para reduzir as mortes de bebés.

Já se sabia que Portugal estava entre os melhores na taxa de mortalidade infantil (crianças até aos cinco anos), mas o que a Lancet vem agora mostrar é que Portugal tem também uma das melhores taxas de mortalidade neonatal (crianças com menos de 28 dias).

Com 1,8 recém-nascidos mortos em cada mil nascimentos, Portugal surge no nono lugar dos países mais seguros para se nascer, em dados relativos a 2012.

No topo da lista, que inclui 162 países, surge o Japão, com 1,1 recém-nascidos mortos em mil nados vivos, ao qual se seguem Singapura, Chipre, Estónia, Finlândia, Coreia do Sul, Suécia, Noruega e Eslovénia, este último com uma taxa idêntica à portuguesa.

No extremo oposto surge a Serra Leoa, com uma taxa de mortalidade neonatal de 49,5 em cada mil nascimentos.

Ainda assim, em Portugal morreram 170 recém-nascidos em 2012, revelam os dados da Lancet.

Segundo a revista, o país teve uma redução de 74% na taxa de mortalidade neonatal entre 1990 e 2012 e é o sétimo país do mundo onde aquela taxa mais caiu anualmente.

No estudo, a Lancet recorda que a Suíça, o Canadá e os EUA são os países de alto rendimento que menos progressos têm feito na redução da mortalidade neonatal.

Na Suíça, por exemplo, a redução da taxa de mortalidade neonatal foi de apenas 16% entre 1990 e 2012, ano em que ainda morriam 3,2 recém-nascidos por mil nascimentos. Isto apesar de a redução da taxa de mortalidade nas crianças com um mês a cinco anos ser de 76% (em Portugal é de 77%).

Com efeito, a revista sublinha que a nível global, na última década, a taxa de redução da mortalidade neonatal foi cerca de metade da redução alcançada na mortalidade infantil (crianças até cinco anos).

Como resultado disto, os recém-nascidos representam hoje uma maior proporção na mortalidade infantil (44% em 2012, contra 36% em 1990). Em Portugal, esta percentagem é de 49%.

Outro dado analisado no estudo é a taxa de nados mortos, que em Portugal foi de 2,7 em cada mil nascimentos, colocando o país na 12.ª posição entre os 162 considerados.