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Malala diz que estudantes nigerianas sequestradas são suas irmãs

A jovem paquistanesa Malal Yousafzai, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato pelos talibãs, em 2012, declarou que as mais de 200 jovens sequestradas por islamistas na Nigéria são suas "irmãs".

Numa entrevista à CNN, exibida na quarta-feira à noite nos EUA, Malala afirmou que o grupo extremista Boko Haram, responsável pelo sequestro, não entende o islão e não estudou o Alcorão, o livro sagrado.

"Eles não utilizam correctamente o nome do islão porque esqueceram que a palavra significa 'paz'", disse Malala. "Quando soube que estas meninas tinham sido sequestradas na Nigéria senti-me muito triste, pensei que as minhas irmãs estavam na prisão e que deveria falar em seu favor", acrescentou.

Recorde-se que Malala sobreviveu a um tiro na cabeça dado por um extremista que tentou assassiná-la por ser uma militante a favor da educação das raparigas na sua região natal, no Noroeste do Paquistão. Depois de receber tratamento médico intensivo, Malala, que agora tem 16 anos, mudou-se para o Reino Unido, onde vive com a família.

A jovem disse ainda que os actos do Boko Haram, o grupo que raptou as meninas nigerianas, são "abomináveis". "Como podem prender as suas próprias irmãs e tratá-las tão mal?", questionou, referindo-se às ameaças dos terroristas de vender as adolescentes como escravas.

"Eles ainda não estudaram o Alcorão", insistiu.

Vários países ofereceram ajuda a Nigéria para procurar as adolescentes. O sequestro provocou uma onda de indignação internacional. Pela Internet têm sido conhecidos vários rostos que se manifestam contra o rapto. Tal como Malala, a primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, fez-se fotografar com um cartaz a pedir que as jovens sejam devolvidas.

Entretanto, vários actores têm surgido com outros cartazes, a pedir aos homens que não comprem jovens, num alerta para o tráfico humano. Os cartazes com que Ashton Kutcher, Justin Timberlake e Sean Penn se fizeram fotografar dizem que os "verdadeiros homens não compram raparigas". A iniciativa partiu do actor Ashton Kutcher e da sua ex-mulher Demi Moore e tem o objectivo de angariar fundos para alertar para o tráfico de seres humanos.

"A questão da escravatura sexual é maior do que as pessoas imaginam. Por isso estamos a espalhar a palavra. Apesar de a escravatura ter sido abolida há centenas de anos, actualmente há mais pessoas escravas do que então e os números continuam a aumentar", disse Kutcher, em declarações à imprensa. "Homens, mulheres e crianças são feitas escravas com vários propósitos que incluem a pornografia e os trabalhos esforçados", acrescentou.