Hoje, depois do esquizofrénico século XX, encetamos uma deriva de busca de identidade, de regresso aos nacionalismos, cimentada numa ideia de decadência, de esvaziamento de sentido do projecto europeu.

Sendo das liberdades de que menos temos consciência, a Liberdade de não ser identificado com religião alguma é dos avanços legais mais marcantes na nossa sociedade.

De anedota em anedota, tecemos uma normalidade que, sem sentido de autocrítica, vai colocando o religioso totalmente fora do seu contexto.

É quase infinito o desastre ecológico realizado por todos os académicos que, como eu, se dedicaram ao longo das últimas décadas a tentar definir, compreender e encontrar contornos e relações entre o Multiculturalismo e a Interculturalidade, publicando artigos, livros e demais papel que tantas vidas arbóreas grassaram.

Parece que a festa em honra de uma qualquer devoção secular é ultrapassada pelo interesse imediato da parte nada santa da festa, a “festa” em si, tudo o que mete música, dança, comida e bebida.

Todos os jovens carecem de formação sobre religiões e espiritualidades. Sejam de famílias religiosas, ou não.

Apesar da muita bibliografia sobre o tema, pouco sabemos sobre as primeiras “fraternidades” organizadas que terão nascido um pouco por todo o Mediterrâneo oriental por volta dos séculos VII / VI a.e.c. (a.C.).

Hoje, poucas coisas são tão portadoras de ideia de ilusão como a Internet. Todos podemos criar um blogue ou um ter um perfil no Facebook.

De nada serve que alguns líderes religiosos islâmicos tenham vindo já equiparar a arte pré-islâmica à arte islâmica, reforçando a obrigação de a conservar.