Gastronomias do mundo
O bolo de cenoura do Edelweiss
Oitava receita de uma série de 12 de cozinhas do mundo, a publicar mensalmente, sempre com a colaboração de um restaurante.
É o bolo da “Grosi Emma de Längenei”, ou seja, da avozinha (grosi é o diminutivo suíço da palavra alemã grossmutter) de Ädu Wahlen, o chef do Bistro Edelweiss. E esta senhora vivia na aldeia de Längenei, no Emmental, explica-nos Marc, um dos proprietários do restaurante suíço situado no Príncipe Real. Esta é uma das sobremesas da casa, para além do bolo de chocolate, receita da mãe de Ädu e ainda de dois gelados da Nannarella feitos especialmente para aqui: um de bolacha suíça e o “sorvete Heidi” feito a partir de uma infusão de hortelã num xarope de flor de sabugueiro.
O bolo de cenoura é um dos doces tradicionais suíços, sobretudo na região de Argovia, que é a maior produtora de cenouras do país, continua Marc. Mas, sendo tradicional, é daqueles bolos dos quais cada família tem a sua própria receita. Importante também é a forma utilizada para o levar a cozer, que dá à massa um efeito de flor de pétalas abertas.
O kirsch
Para completar as informações sobre a receita do bolo de cenoura, Marc envia por email alguns detalhes importantes, entre os quais uma fotografia da receita original, manuscrita, outra da elaborada forma que é utilizada para levar a massa ao forno, e ainda uma das garrafa de Kirsch. “Em Lisboa, o melhor será comprar o Kirsch na Garrafeira Nacional, onde têm um bom, que é alemão e não suíço”, explica. No Bistro usam, sempre que possível, o Kirsch suíço, que é parte fundamental desta gastronomia, não só nas sobremesas mas também naquele que é o prato mais pedido pelos portugueses que vão ao Edelweiss: o fondue de queijo (que, por estarmos em Portugal, inclui também queijo de São Jorge).
O Kirsch é uma aguardente feita a partir da destilação de cerejas e pode ser tomado como aperitivo ou como digestivo (daí que seja adicionado ao fondue, para cortar a gordura do queijo). O seu nome completo é kirschwasser, ou seja, água de cerejas e terá a sua origem na Floresta Negra, na Alemanha, onde crescem a variedade de cerejas usada preferencialmente no Kirsch.
O restaurante
Marc (um “falso suíço” nascido no Canadá e que mais tarde emigrou para a Suíça) e Sindi (um suíço “verdadeiro”) foram, primeiro, donos de um bar no Bairro Alto chamado Heidi, até que, no final de 2012, resolveram mudar-se para o vizinho Príncipe Real e abrir outro espaço de inspiração suíça, desta vez um restaurante, ao qual chamaram Bistro Edelweiss. É um espaço relativamente pequeno – “íntimo”, chama-lhe Marc, sublinhando que não recebem grupos – mas que se divide por duas salas com uma decoração vintage e o conforto de madeiras e papel de parede dos anos 70. Queijos suíços, charcutaria, Kirsch e outras especialidades, numa ementa que vai mudando conforme as estações e a inspiração do chef Ädu.
Ingredientes
250g de farinha de amêndoas (de preferência com a pele)
1 colher de chá de Kirsch (ou sumo de limão)
200g de açúcar
6 ovos
1 colher de sopa de farinha
250 g de cenouras raladas
Preparação
1. Pré-aqueça o forno a 180 graus.
2. Separe os ovos. Misture as gemas com 100g de açúcar numa consistência cremosa.
3. Adicione a cenoura ralada, a farinha de amêndoa, farinha e Kirsch (ou sumo de limão) e misture.
4. Bata as claras em castelo com 100g de açúcar.
5. Junte suavemente as duas partes com a ajuda de uma espátula.
6. Colocar numa forma de 24 centímetros previamente untada com manteiga e polvilhada com farinha.
7. Leve ao forno por 1h00 / 1h15 a 180 graus, mas depois de 50min coloque uma folha de alumínio no topo.
É melhor servi-lo um dia depois de ter sido cozido, fica mais húmido e mais saboroso.
Bistro Edelweiss
Rua de São Marçal nº 2
Lisboa
Tel.: 213465324 ou 93 041 4725
Aberto todos os dias menos à terça, das 18h às 24h