Campanha
A prevenção do cancro da pele começa em casa
A campanha Save Your Skin, da La Roche-Posay, pretende que todos se tornem Skin Checkers e façam uma avaliação dos sinais que têm no corpo.
As altas temperaturas vieram para ficar e, com elas, a protecção contra os raios solares torna-se numa prática fundamental para todas as idades. A pele é o maior órgão do corpo e, como tal, precisa de ser protegida do agente mais agressivo – o sol.
A exposição solar ocorre em todos os lugares, não apenas na praia ou na piscina e, a falta de protecção dos raios ultravioleta pode trazer consequências graves que vão desde o pequeno escaldão ao cancro da pele.
A La Roche-Posay, marca de cosméticos do grupo L’Oréal conhecida pelas fórmulas dedicadas a peles sensíveis, aliou-se à causa de protecção da pele contra o cancro cutâneo. Parceira de dermatologistas em todo o mundo, a marca lança a campanha Save Your Skin, que faz da prevenção do cancro da pele uma prioridade máxima.
Os sinais visíveis na pele são os primeiros sintomas e a grande maioria pode transformar-se em lesões cancerígenas, sendo que cerca de 50% a 70% dos casos de cancro de pele estão directamente ligados à exposição excessiva ao sol e aos raios UV.
90% dos cancros de pele podem ter cura se detectados a tempo. É com base nesta elevada taxa de sucesso de tratamento que a dermatologista do IPO Mariana Cravo deu a mão a esta campanha e alertou para os maiores erros cometidos por quem se expõe ao sol regularmente.
Em conversa com o Life&Style, a dermatologista explicou que, ainda que as campanhas de sensibilização e a quantidade de informação sobre o tema sejam cada vez mais, as pessoas continuam a cometer os erros mais básicos que lhes “podem sair caros”.
“As pessoas não adequam a exposição ao sol ao tipo de pele que têm e isso é preocupante. É o que traz os problemas maiores”, diz Mariana Cravo. A melanina é a substância foto-protectora com a função de filtrar a radiação solar, daí que, quem produz menos melanina (peles claras) terá menos protecção e a pele estará mais sensível ao sol.
A exposição ao sol em horas inadequadas – entre as 11h e as 16h –, que é quando a quantidade de raios UV é maior, torna o sol mais perigoso, mesmo com a aplicação de protector solar. “O protector deve ser reaplicado, não basta pormos só uma vez. Se o fizermos a protecção é muito mais elevada”, afirma a dermatologista.
Abrigar-se à sombra, usar óculos escuros e chapéu são outros dos conselhos da especialista para a prevenção de queimaduras solares e aparecimentos de cancro.
Se se preocupa com alguém, torne-se num Skin Checker é a mensagem lançada pela La Roche-Posay, que passa por uma auto-avaliação e por uma avaliação aos outros que nos rodeiam dos sinais que a nossa pele pode desenvolver.
Com isto, pretende-se que a protecção comece em casa de cada um. “Este cancro é o mais comum e a pele tem a vantagem de ser visível, de fácil acesso e diagnóstico”, explica Mariana Cravo.
O vídeo da campanha é protagonizado por dálmatas que se rodeiam uns aos outros à procura de sinais, tal como um Skin Checker deve proceder.
Para facilitar esta avaliação e começar a prevenção daquilo que se pode tornar num problema maior, o método mais usado é o ABCDE. Sim, para a marca é tão fácil como o abecedário.
Esta técnica representa a inicial de cada passo e das características pelas quais o sinal cancerígeno pode passar e que é completamente visível pela própria pessoa. O "A" representa a assimetria dos sinais, ou seja, se atravessar uma linha no meio do sinal e as duas metades não forem idênticas pode significar a abertura de um melanoma.
O "B" representa os bordos, ou seja, o sinal benigno costuma ter os bordos regulares, enquanto o melanoma não. O "C" revela as cores do sinal, e com isto consegue-se perceber se é benigno – normalmente com cor castanha – ou maligno, onde já assume outras tonalidades mais preocupantes.
O "D" significa diâmetro que sendo superior a 6 mm (aproximadamente o diâmetro de uma borracha de um lápis) é já factor de preocupação. E, por fim, o "E" traduz a evolução do sinal, ou seja, se reparar que o sinal cresce é um indicador de alerta.
O cancro da pele é o cancro mais comum da raça humana e, segundo a dermatologista, prevê-se que em 20 anos uma em cada cinco pessoas sofra da doença. É também um tipo de cancro que tem grande impacto na população activa, desde a qualidade de vida à economia, devido às elevadas despesas associadas aos tratamentos.
A questão central está no facto de o sol não ter efeitos imediatos, mas sim a longo-prazo. “O efeito imediato é o bronze, que não é mais do que um aumento da síntese de melanina que acaba por ser uma resposta da nossa pele a proteger-se do sol. O problema mais grave vem depois”, comenta Mariana Cravo.
A longo-prazo verifica-se o envelhecimento da pele pela exposição crónica ao sol e, consequentemente a isto, o cancro de pele. “O cancro de pele é uma consequência da exposição solar a longo-prazo, não é imediato e isso faz com que muitas vezes as pessoas negligenciem e não dêem importância a isso”, continua.
Neste sentido, Mariana Bravo reforça a ideia da La Roche-Posay em procurar na pele sinais que os sinais possam dar de que há algo de errado com a pele. “Temos de procurar aquilo que chamamos o patinho feio que é conhecido por ser aquele que chama a atenção que muda rapidamente de aspecto. O tempo de evolução da mudança do sinal depende do tipo de pele e do tipo de cancro”, conclui a dermatologista.
Aprender com os erros
A prática do desporto como a corrida ou a marcha ganham cada vez mais adeptos, mas trazem consigo também o aumento dos casos de cancro de pele. Paulo Guerra, ex-atleta de corta-mato, conta ao Life&Style como ganhou respeito ao sol quando tudo o que fazia era correr em tronco nu.
Dois melanomas depois e uma carreira de desportista deixada para trás, Paulo Guerra é embaixador desta iniciativa e diz que a sua missão é fazer um jogo duplo de alertas. Por um lado, incentivar as pessoas a praticarem exercício, mas por outro alertá-las para os perigos do sol e os cuidados que devem tomar.
“Não era pessoa de ir à praia apanhar sol, mas aproveitava os momentos em que ia correr para tirar a camisola e bronzear-me ao mesmo tempo. O meu dermatologista diz que já recebi a factura”, confessa o ex-atleta.
Texto editado por Hugo Torres