O gato das botas
Qual é o melhor Kindle para levar para a praia e ler livro após livro ao sol e à sombra?
O Kindle é de longe a melhor maneira de levar uma biblioteca para a praia.
O Kindle é de longe a melhor maneira de levar uma biblioteca para a praia. Pesa menos do que um livro mas pode conter mais de mil livros. É fácil de ler à luz do sol. Caso apanhe com uns grãos de areia ou uns pingos de água é fácil de limpar.
A maior e melhor novidade é poder comprar Kindles na Amazon espanhola. Nos maus velhos tempos só se podia comprá-los na Amazon americana, pagando direitos alfandegários, levando mais tempo a receber e tornando as devoluções dificílimas.
A Amazon britânica não manda Kindles para Portugal. Mas a Amazon.es tem preços razoáveis. O Kindle básico, que não tem iluminação própria e tem uma resolução de 167 ppp, custa 80 euros. O Kindle Paperwhite que tem iluminação própria e tem uma resolução espectacular de 300 ppp custa 130 euros. O Kindle Voyage tem a mesma resolução mas é mais leve e permite regular a iluminação. Custa 190 euros. Finalmente o novíssimo Kindle Oasis é ainda mais leve, tem uma bateria que só precisa de ser carregada de 3 em 3 meses e custa 290 euros.
Também há o tablet Kindle Fire que custa 60 euros (com 8GB de armazenamento) ou 70 euros (com 16 GB). A tentação de comprar o Fire é grande por fazer mais coisas (ver filmes, ouvir música, andar na Web) além de ler livros, ter mais armazenamento (os Kindles só para leitura só têm 4GB) e ser mais barato do que o Kindle mais barato.
No entanto, para ler livros, é um grande erro comprar o Fire. A reprodução da página é pior e, como se trata de um tablet, há sempre a tentação de interromper e leitura. Para ler revistas e jornais durante curtos espaços de tempo, dá. Mas para ler livros e artigos durante mais de uma hora, sem cansar os olhos, é muito melhor comprar um Kindle que seja só leitor de e-livros.
Depois de anos a alternar entre um Kindle básico e um Paperwhite tenho de dizer que prefiro o Paperwhite, por causa da resolução, muito nítida e melhor do que muitos livros impressos.
No entanto, para longas sessões de leitura, o Kindle básico é melhor para os olhos porque, tal como um livro impresso, precisa de ser iluminado por uma fonte exterior.
No caso da praia, é o sol. Em casa, à noite, é a luz eléctrica. Essa dependência – igual à de um livro impresso – tranquiliza e descansa os olhos. O Kindle sem iluminação (o de 80 euros) tem uma resolução inferior mas é preciso dizer que a nitidez é mais do que suficiente.
Os Kindles têm melhorado imenso desde a primeira geração. A fonte nova da Amazon, a Bookerly, é gratuita para todos os Kindles. É por isso difícil justificar pagar mais 50 euros para comprar o Paperwhite.
O Paperwhite pode ser lido na cama sem maçar (muito) a pessoa com quem se dorme, mas maça sempre um bocadinho. É verdade que a auto-iluminação funciona muito bem mas quando se está num local mais escuro tem-se a sensação desagradável de estar a ler uma superfície artificialmente iluminada.
Há Kindles de gerações anteriores que se vendem, novos ou “recondicionados”, por 50 euros ou menos. Estes também valem a pena. Quanto mais recente a geração, melhor. São máquinas robustas que, mesmo com uso intenso (8 horas por dia), gastam muito pouca bateria, carregando-se uma vez por semana numa hora e tal, sendo possível continuar a ler enquanto carrega.
Na praia uso um Kindle básico já antigo e em casa um Paperwhite. Embora a resolução de 300 ppp pareça muito maior do que 167 ppp os meus olhos adaptam-se em segundos à resolução mais ou menos nítida.
As comparações online favorecem quase sempre o Kindle Fire (que também tem 7 gerações) por causa da quantidade de coisas que faz. Mas para quem gosta mesmo de ler livros é sempre melhor o Kindle a preto e branco.
O Kindle Voyage (190 euros) e o Oasis (absurdos 290 euros) têm a mesma resolução de 300 ppp que o Paperwhite (130 euros) e são só um bocadinho mais leves. Se a diferença entre 80 euros e 130 euros não lhe fizer mossa compre o Paperwhite. Mas se fizer então fica mais bem servido com o Kindle de 7ª geração. Se conseguir encontrar um Kindle de 6ª geração (2011) novinho em folha, por 40 ou 50 euros, melhor ainda, porque são praticamente idênticos.
Boas leituras!