Para já, existem quatro padrões disponíveis e cada fato-de-banho custa 55 euros
Para já, existem quatro padrões disponíveis e cada fato-de-banho custa 55 euros DR

Moda

Um fato-de-banho para acabar com as marcas de bronzeado

A marca portuguesa Coração Bobo foi lançada por três amigas.

Um bronze uniforme e natural, sem marcas de fato-de-banho e que não implique fazer nudismo? Parece uma ideia “boba”, mas é possível. O segredo está no tecido. Lançada a 29 de Maio, a marca portuguesa Coração Bobo apresenta uma colecção de fatos-de-banho com um tecido que filtra selectivamente raios UV e permite um bronzeado uniforme de toda a pele, não deixando marcas.

A ideia surgiu há dois anos, quando Rafaela Monteiro e Daniela Francisco estavam a fazer Erasmus no Brasil. Por altura do Carnaval, Sara Santos foi visitar as amigas e colegas do curso de Arquitectura. Entre o samba e as praias do Rio de Janeiro, as três amigas quiseram resolver um problema que era (também) delas: as marcas de bronzeado causadas pelos de biquínis e fatos-de-banho.

“Já na altura, começávamos a ver fatos-de-banho, que este ano regressam em força. Há modelos muito bonitos, mas que saltam das opções femininas porque deixam menos pele a bronzear”, contextualiza Sara Santos em conversa com o PÚBLICO. “Fizemos alguma pesquisa e percebemos que existia este tipo de tecido que permitia o filtro de raios UV e que deixava à mesma que a pele ganhasse alguma cor”, conta Sara. Segundo a equipa, “os UV-B, perigosos e cancerígenos, são absorvidos quase na totalidade pelo fio, cerca de 90%. Os UV-A, menos nocivos e responsáveis pela cor bronzeada, são selectivamente transmitidos”.

Coração Bobo - O teu Verão sem marcas! http://coracaobobo.bigcartel.com

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Porquê o fato-de-banho? Primeiro porque é uma peça obliterada por quem quer ficar bronzeado, explica Sara, depois porque “é uma peça elegante e que torna o corpo feminino mais esguio”. Além disso, as costuras dificultam a passagem dos raios e por essa razão o design do fato-de-banho foi pensado de forma a diminuir o número de costuras necessárias.

Tanto o design como os quatro padrões (para já) disponíveis foram desenhados pelas quatro amigas, com recurso a uma técnica de aguarelas e já estão patenteados. 

Apesar de a “namorarem” há dois anos, foi em Janeiro deste ano que a ideia começou a ganhar forma. “Fomos apresentar o nosso projecto a uma incubadora de start-ups na Mouraria, em Lisboa”, conta Daniela, outra das autoras do projecto. “Foi nesse momento que percebemos que conseguíamos avançar com o projecto sozinhas”, explica.

No júri estava Eduarda Abbondanza, a fundadora do ModaLisboa. “Ela foi essencial. Deu-nos dicas muito valiosas”, nota Daniela. No espaço de cinco meses, as três amigas aprofundaram a pesquisa e começaram os primeiros contactos. 

Antes de avançarem com a comercialização do produto, e mesmo após a certificação dos testes realizados pela Hohenstein Laboratories, a própria equipa quis experimentar a sua eficácia. “A Sara foi a um solário a usar um dos modelos protótipos que tínhamos. Por baixo do fato-de-banho tinha uma cueca em tecido de licra, o usado nos tecidos tradicionais de biquíni. Quando saiu, a única marca que tinha era mesmo a do biquíni e nenhuma do fato-de-banho”, conta Daniela.

As empresárias querem fazer a marca crescer. Entre os planos para o futuro, está uma linha de desporto, pensada para quem quer fazer exercício ao ar livre e evitar as marcas do sol.

Não obstante, a marca alerta que os cuidados a ter com o sol não devem ser negligenciados. Basicamente, a “aplicação do protector solar deve prolongar-se para além da zona dos braços e das pernas, normalmente mais expostas ao sol.” Por isso, antes de vestir o fato-de-banho, “o creme protector deve ser aplicado por todo o corpo, incluindo a pele protegida pelo fato-de-banho”, explica Sara.