Alimentação
Quer saber mais sobre macrobiótica? A Ana Galvão explica
Radialista aderiu à macrobiótica, uma alternativa à alimentação tradicional, e criou um blogue sobre este regime alimentar.
Podem chamar a Ana Galvão “macromulher” ou “mulherbiótica”. A radialista, de 41 anos, tornou-se ambas desde que aderiu à macrobiótica, uma alternativa à alimentação tradicional, à qual se dedica no recém-lançado blogue anagalvao.pt.
Receitas, dicas de lojas e preços, novidades alimentares, há um pouco de tudo na página, com Francisco Varatojo, director do Instituto Macrobiótico, a ajudar a perceber o que é este regime alimentar e de vida.
Tudo começou com uma forte dor de estômago, depois de várias horas sem comer. Ana Galvão foi às urgências hospitalares, consultou médicos especializados mas as dores pioraram. Foi a mãe que a aconselhou a procurar Francisco Varatojo, que tinha conseguido ajudar uma amiga. Céptica, mas com dores insuportáveis, Ana Galvão foi ao Instituto Macrobiótico e falou com o director e consultor de saúde do espaço.
Saiu do consultório de Varatojo com um diagnóstico de gastrite e fígado fraco e com um livro com recomendações e receitas. O “comprimido” para parar com as dores de imediato não tinha um nome de medicamento. Chamava-se millet, uma espécie de cereal parecido ao couscous, e devia ser feito com abóbora. Em dois dias, as dores desapareceram e Ana Galvão decidiu dar uma oportunidade à macrobiótica.
A radialista atirou-se a livros, workshops e a um curso de três anos, que, neste momento, vai a meio. A ideia de criar um blogue sobre a macrobiótica foi um passo normal. “Vejo frequentemente casos problemáticos de saúde a serem resolvidos com simples mudanças na alimentação, por isso achei urgente comunicar o quão fácil pode ser trabalhar na prevenção destes mesmos problemas e como pode ser fácil tratar muitos deles”, explicou ao Life&Style.
O blogue é dividido em seis áreas, entre receitas escritas e em vídeo, sítios e preços, onde se pode encontrar informação sobre os locais onde se compram os alimentos e a que valores, a receita mais chique, geralmente dedicada a uma receita especial, e ainda um espaço onde Francisco Varatojo tem o seu consultório macrobiótico, no qual responde uma vez por mês a questões enviadas pelos utilizadores.
Ana Galvão admite que iniciar uma alimentação macrobiótica “não foi fácil”. “Ninguém que me fosse próximo praticava esta alimentação ou conhecia estes produtos”, conta. O contacto com os alimentos e receitas foi feito passo a passo. “A minha aprendizagem foi lenta, mas como a macrobiótica resultou, e tratei o meu problema em poucos dias, decidi não desistir.”
Praticante de desporto há vários anos, dedicou-se mais recentemente a andar de bicicleta e a correr. Aliada à actividade física, Ana Galvão alterou a forma de se alimentar e os resultados foram melhores do que o esperado. “As alterações mais visíveis foram uma mudança, para melhor, de humor e decréscimo de ansiedade, melhorei muito a respiração pois sofria muito de constipações e alergias, tratei um problema doloroso de estômago, passei a dormir melhor e a estar menos cansada”.
A profissional de rádio quer ainda afastar a ideia de que a “macrobiótica é um regime feito por pessoas altamente obsessivas e chatas que comem comida que não sabe a nada”, o que “não poderia estar mais longe da verdade”. Fora de casa, mantém esta alimentação a 100% e em casa a família acabou por seguir as garfadas de Ana Galvão.
O marido, o humorista e também radialista Nuno Markl, e o filho de ambos, Pedro, tiveram uma adaptação fácil à macrobiótica. O filho era “demasiado pequeno para opinar” e Markl é “um curioso e não está fechado a experiências”. “O Nuno e eu temos a mesma opinião no que toca à carne (de não consumir). Ele, mais pelo lado de respeito aos animais, eu junto a essa razão, a questão da saúde. Mas só isso facilita imenso. E o Pedro absorveu estes hábitos desde pequeno. Portanto, mesmo que eu seja muito mais estrita do que eles e o meu prato tenha algumas nuances diferentes, comemos todos o mesmo”.
E como vai ser a ceia de Natal a Ana Galvão? A radialista acredita que é “sempre fácil procurar alternativas”. “Há sempre sopa, em qualquer casa, e o jantar de Natal tem sempre acompanhamentos como legumes, arroz ou salada, por aí, estou safa. Para quem quer manter a tradição mas comer diferente, posso dizer que quase todos os pratos ‘de sempre’ se podem manter, na sua variedade vegetariana, e que para os doces existe sempre a possibilidade de os fazer sem a gordura e açúcares habituais”.
Entre o trabalho na Antena 3, o curso de macrobiótica, e um novo programa na RTP, Animais Anónimos, Ana Galvão já está a arregaçar as mangas para pôr em prática mais ideias. No próximo ano quer organizar um curso de macrobiótica e editar um livro em conjunto com Francisco Varatojo.