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O gato das botas

Finalmente aparece um mata-moscas que mata moscas e mosquitos sem envenenar ninguém e divertindo os assassinos

O lado negro da Primavera são as moscas e os mosquitos. As andorinhas e os andorinhões chegam cá para caçá-los mas infelizmente sobram sempre milhões para nós.

Depois de uma vida inteira a tentar assassinar estas pestes, finalmente descobri a solução ideal. Não é tóxica nem perigosa nem nojenta nem cheira mal nem dá muito trabalho. É uma raquete electrificada com duas pilhas AA chamada The Executioner.

Comprámos no Verão passado e sem que tenhamos mudado as pilhas já matou centenas de moscas e mosquitos. É altamente eficiente porque basta tocar numa mosca para ela morrer ou cair zonza no chão, pronta para ser despachada.

É divertido porque é como esgrimir contra as moscas. Se fosse comercializado em Portugal chamar-se-ia o Mosqueteiro. O tipo de esgrima é mais elegante do que violento, já que o objectivo é apenas tocar nas criaturas.

Quanto se quer electrificar a raquete carrega-se num botão inteligentemente colocado no cabo: assim não se gasta electricidade.

Os mosquitos explodem e as moscas ficam inteiras: não há sangue nem vísceras agarradas às redes da raquete. A raquete que temos é a Executioner normal, que custa 11 libras (16 euros) na Amazon.co.uk. Há também a Executioner Pro que custa 15 libras (21 euros). Esta última é mais pesada, descarrega mais electricidade (garantindo a morte ao primeiro contacto) e está electrificada de ambos os lados da rede.

A Executioner normal tem muitos avisos para não tocar na rede mas só pica um bocadinho e é preciso ser-se muito azelha para tocar na rede.

Embora não seja recomendável para crianças, não vejo porque não. Uma criança com mais de cinco anos pode limpar a população alada de uma sala em 10 minutos de brincadeira.

Já a Pro (que não tenho nem conheço quem tenha) é capaz de ser um bocadinho de nada mais perigosa. Por outro lado, o facto de ser electrificada de ambos os lados permitirá a execução de vistosas manobras. Usa duas gordas pilhas C e a superfície da rede também é maior.

No site da companhia, que é inglesa, não se encontram muitas informações mas Elizabeth Miller, no site mosquitoreviews.com, escreveu uma boa crítica sobre ambas as versões.

Demora para aí dois minutos para aprender a matar. Quem jogar (ou tiver jogado) ténis ou pingue-pongue arranca com uma grande vantagem.

Outros principiantes tendem a usar a Executioner como se fosse um mata-moscas. É robusta e aguenta uma ou duas pancadas mas depressa se tornará óbvio que não é preciso força para exterminar moscas.

Irritantemente, se a mosca ou o mosquito ficar parado e fora de alcance, tem de se recorrer ao velho método de espantá-la para ela voltar a circular.

Quanto a todos os outros métodos de controlar mosquitos, só funcionam os mais ou menos tóxicos. As maneiras tradicionais de afastá-los não funcionam. Em vez de discutir infindavelmente sobre os méritos desta ou daquela técnica ancestral, o melhor é recorrer aos cientistas especializados em controlar mosquitos.

A Universidade de Wisconsin organizou um excelente site com todas as informações científicas e fidedignas sobre os mosquitos. Está bem escrito, é divertido — é uma guerra antiquíssima, esta — e poupa tempo. A morada é labs.russell.wisc.edu. No Verão passado e, sobretudo, nos dias de grande calor no princípio de Outubro, sofremos invasões horrendas de moscas e mosquitos que nos deixaram cheios de feridas.

É assim todos os anos: sobretudo ao fim da tarde, quando se está numa esplanada a iniciar um jantarinho romântico. No entanto, há muitos anos que, noutros países ditos menos românticos, encontraram soluções eléctricas para garantir uma atmosfera livre de parasitas. São também bastante baratas, pelo que se vê na Amazon.

Os proprietários dos estabelecimentos de veraneio estão-se nas tintas para as moscas e para os mosquitos, agindo como se fossem uma força da natureza contra a qual não há nada a fazer. Até quando aturaremos tal descuido, incompetência e falta de higiene?

Em casa, o Executioner é maravilhoso mas ao ar livre é preciso estar-se sempre ao ataque, com a raquete a voar por toda a parte, ouvindo-se cliques satisfatórios com cada insecto que se mata...