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    Versace para Riachuelo Agência Fotosite / Reproduction
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    Versace para Riachuelo Agência Fotosite / Reproduction
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    Versace para Riachuelo Reuters/Nacho Doce
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São Paulo Fashion Week

Donatella Versace nos carrinhos de choque na São Paulo Fashion Week

Osklen e Glória Coelho contrastam com o kitsch da colaboração da italiana com a moda rápida da Riachuelo.

Depois de Stella, Donatella. E se a primeira correu minimalista, a segunda girou e girou em São Paulo, Brasil. E vendeu. Carrinhos de choque, luzes que piscam, modelos musculados com calças e golas de marinheiro – e nada mais –, manequins penteadas à imagem da criadora, para um desfile que terminou num parque de diversões de moda rápida e barata – as roupas da primeira colaboração da italiana Versace com a brasileira Riachuelo estavam à venda na passerelle. A loja estava aberta, o caos estava instalado no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera.
 
No que toca a colaborações de moda rápida com criadores de moda de autor, terá sido a primeira vez em que a passerelle desembocou. Os modelos giraram numa pista de carrinhos de choque, algures entre a dança do varão e a sedução flagrante e partiram daí para a passerelle numa festa camp, terminando o desfile com Donatella Versace ainda em palco rodeada dos omnipresentes marinheiros, numa loja. É uma imagem da fome do público brasileiro por moda rápida, cuja escassez no mercado e nas ruas se deve à política proteccionista do país e faz com que a brasileira Casas Pernambucanas e a C&A se posicionem no topo de uma cadeia alimentar que, depois, inclui nomes como a Riachuelo – isto em termos de grande disseminação pelo território. No Brasil há 50 lojas Zara e três Forever 21, que estão nos shoppings mais conotados com preços mais elevados e não nas ruas, e a H&M (que também teve uma versão da Versace em 2011) chegará em 2015. 
 
O director da Luminosidade, organizadora das semanas de moda brasileiras, explica o contexto: “O Brasil está dez anos atrasado em termos de consumo em comparação com os mercados internacionais. Vai continuar a comprar muito mais”, disse Paulo Borges à AFP. No Ibirapuera havia pipocas, candy apples, algodão doce e uma pista de carrinhos de choque rodeados de muito neon e luzes vermelhas e azuis, uma feira para a moda.
 
E por isso correu-se para comprar peças que chegam esta sexta às lojas (a colecção de Stella McCartney para a C&A só se vende na próxima semana) que recriam os símbolos mais populares e datados de 1992, com estampados de correntes, cavalos e estrelas do mar, pretos e dourados, leopardo difuso, sapatos e malas, na primeira colaboração da Riachuelo com um criador internacional. E por isso ficou para trás um dia em que, no Parque Cândido Portinari e no calendário oficial da 38.ª São Paulo Fashion Week, poderia ter pertencido à viagem de um casal pelo frio da Osklen, a Glória Coelho e à GiG. 
 
Estampados "geodésicos"
A Osklen quis mostrar como sabe de modelagem e de corte nas capas, trenchcoats reinventados e parkas com que cobriu o seu casal de inspiração numa viagem até ao frio. Neste Inverno 2015 tudo é linear, rectangular, tudo é raso (chinelos slip-on), excepto quando é volumoso ou fluido como os casacos e camisolas brancos ou as camisas e blusas transparentes cujos estampados Oskar Metsavaht apelida de “geodésicas”. Tudo é camada sobre camada, tudo é materiais pensados para serem sustentáveis, reciclados para serem inovadores, uma mala de viagem de bagagem cool
 
No início do dia, a veterana Glória Coelho estudou composição em negro, colando o brilho do vinil preto ao calçado raso em silhuetas uma vez mais rectilíneas, e a estreante GiG mostrou malhas e tricot, pelo e tapeçaria com bom toque. O dia começou não com um desfile, mas com uma apresentação de proximidade da Patricia Viera, que mostrou modelos posicionados e maquilhados como manequins para explicar a sua confecção e concepção.
 
A São Paulo Fashion Week, que nesta 38.ª edição foi marcada pela voragem da moda rápida e das estrelas, termina esta sexta-feira.
 
O PÚBLICO viajou a convite da Luminosidade/SPFW