- Vestido com corpete em pele gravada em alto relevo. Miguel Vieira, 1986 Rui Gaudêncio
- Kaftan de renda e lingerie (2012), corpete (2009), saia bordada (2007) e casaco armadura (2007), de Filipe Faísca Rui Gaudêncio
- Pormenor de vestido assimétrico em plissado 100% poliéster. Luís Buchinho, 2012 Rui Gaudêncio
- À esquerda, um vestido de Ana Salazar e dois coordenados de Ricardo Andrez Rui Gaudêncio
- As costas de um vestido de sablé de seda, decorado com tiras de mousseline. Ana Salazar, 2012 Rui Gaudêncio
- Vestido preto de seda e poliéster com lantejoulas. José António Tenente, 2012 Rui Gaudêncio
- Saia com estampado DJ (2005) e vestido com recortes e brilhos (2012), de Maria Gambina Rui Gaudêncio
- Três vestidos de Ana Salazar e recortes de revistas com imagens de peças de início de carreira Rui Gaudêncio
- Alexandra Moura (à esquerda) e Maria Gambina revelam-se em objectos e criações Rui Gaudêncio
- Casaco alfazema com aplicação de pequenos quadrados de tecido, 100% algodão. Alexandra Moura, 2007 Rui Gaudêncio
- Vestido de renda com aplicações e soutien oversized em crepe rosa. Alexandra Moura, 2012 Rui Gaudêncio
- Ao centro, vestido entrançado com fio feito a partir de tecido de chita. Dino Alves, 1997 Rui Gaudêncio
- Vestido de tule nervurado com mangas e saia em lamé. Dino Alves, 2010 Rui Gaudêncio
- A variedade de estilos da moda de autor portuguesa Rui Gaudêncio
- Alguns dos objectos que inspiram a dupla Storytailors Rui Gaudêncio
- Vestido de organza de seda com aplicações de renda de calais bordada, da dupla Storytailors Rui Gaudêncio
- Em destaque à esquerda, corpete em jacquard de viscose e saia em moiré de algodão. Storytailors, 2011 Rui Gaudêncio
- Os objectos pessoais de Ricardo Preto Rui Gaudêncio
- Vestido e calças estampados (2012) e peça feita com laços de Natal em plástico e cetim (2010), de Ricardo Preto Rui Gaudêncio
- Os objectos trazidos por Ricardo Dourado Rui Gaudêncio
- Vestido em algodão feito a partir de T-shirts do guarda-roupa do criador. V!tor, 2012 Rui Gaudêncio
- Vestido em pele de cortiça com recortes. White Tent, 2008 Rui Gaudêncio
- Vestido de voile de algodão. Os Burgueses, 2012 Rui Gaudêncio
- As criações da dupla Marques'Almeida, com destaque para saia com aplicações de fios de lã. 2006 Rui Gaudêncio
- Os objectos trazidos pelo criador Ricardo Andrez Rui Gaudêncio
- Fato-de-banho em elastano e parka em viscose. Ricardo Andrez, 2012 Rui Gaudêncio
- O detalhe de um vestido em renda bronze. Fátima Lopes, 2003 Rui Gaudêncio
- Vestido multicolorido em vinil. Fátima Lopes, 2012 Rui Gaudêncio
- Pormenor de vestido em seda e renda. Fátima Lopes 2009 Rui Gaudêncio
- Top com aplicações em seda bordada e saco de juta. Anabela Baldaque, 2012 Rui Gaudêncio
- Pormenor do vestido de riscas coloridas em seda e elastano. Lidija Kolovrat, 2012 Rui Gaudêncio
- T-shirt de algodão com estampado. Maria Gambina, 1997 Rui Gaudêncio
20 anos de moda de autor portuguesa em exposição
Diz-me do que gostas e dir-te-ei que criador de moda és
O Museu do Design e da Moda (MUDE) inaugurou hoje uma exposição para dar a conhecer a moda de autor em Portugal. "Diz-me do que gostas... dir-te-ei quem és" é uma mostra que nos leva da inspiração à criação através de peças de vestuário, acessórios e objectos que povoam o universo de 22 criadores de moda desde os finais de 1980 até à actualidade. Até 10 de Junho.
Sabia que o objecto fetiche de Maria Gambina é uma fita métrica que pertenceu à avó? Que a actividade preferida de Ricardo Dourado é o check-in ou ainda que Ricardo Preto gostava de respirar debaixo de água e de ser mais disciplinado? Estas são apenas algumas das respostas que dão a conhecer o universo pessoal de 22 dos criadores de moda portugueses que sazonalmente dão a conhecer o seu trabalho nas passerelles da ModaLisboa e do Portugal Fashion. Apenas Alves/Gonçalves, Nuno Gama e Nuno Baltazar ficaram de fora.
“Esta ideia surgiu há um ano, no âmbito dos 20 anos da ModaLisboa, para mostrar estes 21 anos de produção de moda portuguesa”, disse ao Life&Style a directora do museu e comissária da exposição, Bárbara Coutinho. Para fugir ao estereótipo de exposição mais convencional, Bárbara Coutinho lançou o desafio para que os criadores fossem o objecto, o sujeito e, até certo ponto, os curadores desta exibição.
Como ferramenta utilizou um questionário que esteve em voga na Belle Époque parisiense, que funcionava como um jogo de salão conhecido como Confissões e ao qual o escritor francês, Marcel Proust, respondeu duas vezes imortalizando este questionário, que hoje é conhecido como Questionário Proust. “É um inquérito com uma longa história e que pode resultar num retrato psicológico de cada um dos seus inquiridos”, refere Bárbara Coutinho. Há algum tempo que a revista americana Vanity Fair o utiliza para dar a conhecer diversas personalidades.
São perguntas que podem parecer simples mas cujas respostas revelam muito sobre a identidade e também o momento que os inquiridos estão a viver. “Percebem-se as diferenças [entre os criadores]: uns mais relacionados com o corte e com a matéria; outros buscando influências completamente diversas da moda; como olham para o mundo hoje; como encaram a questão da frustração e o dia de amanhã. É muito interessante perceber através das respostas o retrato de cada um actualmente”, afirma a comissária.
Ao tradicional Questionário de Proust a Bárbara Coutinho adicionou uma série de outras perguntas, como o livro, o filme ou a música de referência. “É curioso porque, por exemplo, o José António Tenente respeitou o pedido e trouxe apenas um exemplar de cada, o que é ilustrativo do seu rigor. Já os Storytailors (João Branco e Luís Sanchez) extravasaram o limite e vieram com vários livros e inúmeras músicas. Quando se olha para todos estes objectos e depois para as peças de roupa que estão à nossa frente conseguimos perceber o seu universo criativo”. Outro exemplo que a comissária destaca é o de Felipe Faísca, que a surpreendeu ao trazer um filme de Walt Disney, Saludos Amigos, um clássico de 1944, em que aparece o Zé Carioca e o Pato Donald com Aurora Miranda no Rio de Janeiro.
Todos estes objectos inspiraram os criadores de moda e podem ser vistos junto aos três coordenados de cada um deles: uma peça de início de carreira, outra de referência e uma outra da última colecção. No total, são 60 coordenados, criados desde os finais dos anos de 1980 até à actualidade. “O que sinto, e espero, é que o público que venha aqui, principalmente o internacional, tenha uma montra da moda feita em Portugal”, remata Bárbara Coutinho.
A exposição estará patente no MUDE até dia 10 de Junho.