- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Chanel Photo Karl Lagerfeld
- Hermès
- Hermès
- Hermès
Luxo francês no país dos marajás
O mercado indiano atrai cada vez mais as marcas de luxo ocidentais. Depois da Hermès lançar uma colecção de saris, para ser vendida apenas na Índia, Karl Lagerfeld foi lá buscar inspiração para a criação de Métiers d’Art 2011/12 da Chanel. A colecção chama-se Paris-Bombay e chega agora às lojas em todo o mundo.
Na tentativa de atrair as indianas a consumir marcas estrangeiras – uma vez que no que diz respeito a roupas femininas, ainda nenhuma etiqueta conseguiu bater os criadores locais – a Hermès aproveitou a abertura da sua primeira loja numa das principais artérias da cidade de Bombain, em Julho do ano passado, para lançar uma colecção composta por 18 saris. Cinco meses mais tarde, a Chanel fez desfilar a colecção pré-fall 2011/12 que Karl Lagerfeld criou com forte inspiração no país Marajás.
Todos os anos, a colecção Pre-Fall da Chanel é um tributo ao trabalho dos artesãos franceses que trabalham na alta-costura, sendo que todas elas têm inspirações em diferentes cidades. Depois de Istambul, Xangai e Moscovo foi a vez de Bombaim. Em destaque está o trabalho feio por ateliers indenpendentes que vão desde as jóias de Desrues, às plumas de Lemarié passando pelos bordados de Massaro e pelos sapatos-jóias e chapéus de Michel, até às aplicações de ouro de Goossens. Este tipo de colaborações permite a Lagerfeld criar peças modernas de luxo que, por sua vez, são uma mais-valia para os artesões que perpetuam a arte do ofício com o carimbo da casa de moda francesa.
Nesta viagem até à Índia a Hermès também privilegiou o trabalho artesanal. "A criação das peças foi baseada nos padrões Hermès, com colorações, materiais e técnicas desenvolvidos especialmente para a confecção desta colecção", disse ao Life&Style o director regional da Hermès para o Médio Oriente, Índia e Sudoeste asiático, Bertrand Michaud.
Já Lagerfeld misturou a inspiração indiana com o chic inglês de onde se destacam peças como o clássico tailleur Chanel cravejado de pérolas, túnicas em seda com diferentes cortes nas golas e diversas peças inspiradas nos clássicos saris - e com um toque de inspiração das incríveis jóias dos Marajás. Lagerfeld diz que o que gosta nas mulheres indianas – aquelas que podem comprar Chanel – “é que compram peças Chanel que misturam com as indumentárias tradicionais, sem nunca renunciarem ao seu estilo, que é muito forte.”
O interesse das marcas ocidentais pela Índia não é uma coincidência. O mercado de luxo na Índia vale cerca 1,7 mil milhões de euros e tem um crescimento anual previsto de 20%. Mas, por enquanto, os produtos ocidentais que têm maior procura são malas e outros acessórios. Isto porque relativamente à roupa feminina, ainda nenhuma etiqueta conseguiu bater os criadores locais. Durante o dia há mulheres que usam roupas de estilo ocidental, mas em situações mais formais continuam devotas dos saris: seis metros de tecido habilidosamente enrolados à volta do corpo. Ou seja, as mulheres indianas compram luxo, mas valorizam a tradição.