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  • Men's Move|pulseira|preço sob consulta
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Valérie Messika

Messika: diamantes para o dia-a-dia

Em pequena não brincava com bonecas. Gostava das jóias que a mãe e a avó usavam e encantava-se com as pedras brilhantes que o pai tirava dos bolsos quando chegava a casa. Valérie Messika faz jóias com diamantes e quer torná-los acessíveis."Hoje em dia tenho clientes que compram um diamante como se estivessem a comprar um par de sapatos. Já não pedem aos maridos", afirma.

Para Valérie Messika os diamantes nunca foram inacessíveis. Eram apenas pedras brilhantes que via sair dos bolsos do pai, o negociante de diamantes tunisino André Messika. "O meu pai deu-me a sensibilidade de saber olhar para um diamante e conseguir identificar a sua pureza pela forma como reflecte a luz - quanto mais transparente, mais raro.", diz a criadora de jóias.

Entramos no salão de exposições da sede de Messika, a marca que Valérie criou em 2006, em Paris, na rua La Fayette, em pleno bairro dos diamantes. A luz e a transparência são os elementos mais importantes num espaço onde predomina o branco e o vidro transparente. É a própria Valérie que nos faz uma visita guiada, primeiro pelo espaço, depois pelas colecções.

Começamos pela alta joalharia e por uma das últimas criações de Valérie Messika que, para além de fundadora e presidente da marca é também quem desenha as peças, uma gargantilha larga em ouro amarelo e diamantes, à qual chamou Plastron . "Tem um engaste invisível e, pela forma, parece uma espécie de espartilho de pescoço". De seguida, pega noutra peça. "Esta é completamente diferente. É de uma leveza incrível e feita apenas com diamantes." Chamou-lhe Silk porque "é como se fosse uma segunda pele", explica a criadora enquanto mostra como as pequeníssimas pedras brilhantes encaixam umas nas outras como uma espécie de puzzle, ligadas apenas por uma variante de malha. "Este colar exige muito trabalho manual". É um trabalho totalmente artesanal, demora cerca de oito meses desde a lapidação dos diamantes até à forma final, e é a peça mais cara da marca francesa.

Diamantes para todos os gostos e feitios 

Quando começou a trabalhar com o pai, Valérie, que estudou marketing, gostou das pedras preciosas, mas não lhe agradou vê-las apenas assim, "em bruto". O negócio familiar resumia-se à compra e venda das pedras e Valérie queria-lhes dar vida. Percebeu, então, que precisava do seu próprio negócio e que havia espaço no mercado para se instalar. No mercado dos diamantes, percebeu que a oferta era de extremos: ou low market ou as grandes casas joalheiras da Place Vândome.

Apesar de ter então 29 anos, pediu autorização ao pai - "ele deixou mas disse-me para não me esquecer do meu primeiro amor: os diamantes" -, conversou com amigos da família (especialistas e artesãos de pedras preciosas) e criou uma marca intermédia, com preços que se situam entre os 500 e 3000 euros, para quebrar com o mito do diamante inalcançável.

Primeiro, quis perceber como se trabalhava um diamante e levou algumas pedras a um artesão. Criou a sua primeira pulseira, de ouro e com três diamantes, e vendeu-a por 800 euros. "A emoção que senti ao criar e ver a minha primeira jóia ser usada fez-me perceber que o meu caminho era a criação", conta.

Dois anos mais tarde, em 2006, agitou o mundo da alta joalharia ao tornar os diamantes acessíveis às mulheres, sem serem o tradicional objecto que só se tem se for oferecido em ocasiões especiais. "Hoje em dia tenho clientes que compram um diamante como se estivessem a comprar um par de sapatos. Já não pedem aos maridos. Os diamantes podem usar-se no dia-a-dia", defende.

É o que ela faz, quando vai de casa, nos arredores de Paris, para o trabalho montada na scooter com os seus diamantes. "Para além de evitar os engarrafamentos, dá-me uma sensação de liberdade, olho a diversidade urbana e a cultura que oferece a capital e acabo por ter muitas ideias para o meu trabalho."

Agarra numa pulseira da colecção Move - o bestseller da marca - que tem a particularidade de permitir algum movimento aos diamantes que rolam num espaço rectangular. "Não é muito cara, custa 2900 euros. A maior custa 4000 euros a menor 2800 euros". Para além das pulseiras, esta colecção tem também brincos e alguns modelos de anéis, que incluem mais ou menos diamantes e ouro.

Seguiram-se outras colecções, como a Skin, por exemplo, que teve por inspiração uma peça de família, uma pulseira que pertencia à mãe. "A minha mãe e a minha avó usavam muito jóias. A minha avó tinha um 'chevalière' (um anel de sinete) que marcou a sua infância." A Skin segue a sua filosofia perante uma jóia: "Não gosto de me sentir presa à joalharia, a peça tem que ser uma segunda pele para poder dormir e tomar banho com ela".

Mas também tem peças de inspiração floral e étnica como por exemplo na colecção Arabesco, outra linha forte da joalharia Messika, onde todas as peças recordam as suas raízes tunisinas ao evocar as pinturas de hena que as mulheres ali fazem nas mãos.

A marca ainda é recente (2006), mas já se expandiu pela Europa - em Portugal, as peças de Valérie vendem-se na Maria Julieta, no Porto - e Médio Oriente. "Os marroquinos têm a cultura da jóia e, por isso, as minhas peças são muito procuradas para festas e casamentos". Neste caso, as tiaras são uma das peças mais procuradas: "Fiz este ano a primeira porque percebi que existe procura de jóias para os cabelos. Também tenho ganchos e argolas. Já o eterno solitário é a peça central da colecção Emotions pensada para casamentos. É uma peça discreta, fácil de usar".

O diamante, diz a criadora, é uma pedra preciosa cada vez mais rara. "Nos últimos três a quatro anos o preço dos diamantes aumentou 46%. O meu pai [entretanto instalado em Tel Aviv, Israel] considera que começa a ser um preço justo para este mineral que se retira da terra. Mas o mercado indiano e chinês consomem muito e há pouco produção. A consequência directa é a inflação do preço. Para mim, o preço da matéria-prima é um problema, torna-o menos acessível." E acessibilidade é precisamente o que Valérie quer trazer para o mundo dos diamantes.