TenChi International
Os caminhos do despertar cruzam-se em Sintra
A Associação TenChi International, na Várzea de Sintra, realiza no sábado (8 de Outubro) uma jornada de reflexão e prática intitulada “Caminhos do Despertar – Movimento e Imobilidade”. Um mestre de Budo, um sufi marroquino, uma especialista em dança indiana, um filósofo budista e um monge Zen propõem partilhar a sua experiência.
Do sabre às danças da Índia, da meditação sufi ao silêncio do Zen, é a proposta de uma experiência e de uma troca entre espiritualidades do Oriente e do Ocidente. Sublinha o programa: não se trata de aulas nem conferências. São ateliers em que os participantes - para lá da idade ou da condição física - “poderão praticar os diversos caminhos do despertar”, sob orientação dos mestres.
Do sabre à meditação
Resuma-se o programa. De manhã, às 10h, haverá uma apresentação da jornada com curtíssimas comunicações, aberta por Paulo Borges, presidente da União Budista Portuguesa. Às 11h começam os ateliers. Georges Stobbaerts, 8º Dan de Aikido, fundador do TenChi International, animará dois grupos de trabalho. No primeiro, a Via do Sabre – Iaido, será desenvolvido “o conceito de ‘Dochu no sei’, movimento na imobilidade, imobilidade no movimento”. O segundo é a Via do Gesto – TenChi Tessen, a arte do leque, “símbolo do sopro da vida e, ao mesmo tempo, símbolo dos extremos que se unem no Um”. O Grupo de Batuque Finka-Pé, de mulheres do bairro da Cova da Moura, fundado em 1988, fará um improviso acompanhando o leque.
O sufi Faouzi Skali é um filósofo e antropólogo marroquino, fundador do Festival de Fez das Músicas Sacras do Mundo, que a ONU elegeu em 2001 como uma das dez personalidades que mais contribuíram para o diálogo das civilizações. O sufismo é a mais radical via da espiritualidade islâmica, rigorosamente oposta ao fundamentalismo. No atelier Via da Paz, Skali falará de histórias e do caminho espiritual, da prática colectiva, “Dhikr”, “uma invocação em que o espírito se concentra sobre o significado da Unidade Divina”.
Katia Legeret é especialista em Bharata-Natyam, uma dança do Sul da Índia. O seu atelier de iniciação, Via da Dança, “será consagrado à gestualidade energética e criativa dos mûdras, a linguagem simbólica das mãos, “ligando a dança, o teatro, a música, as artes plásticas, o Yoga e as artes marciais.
Por fim, Yves Crettaz, monge Zen e responsável pelo Dojo Zen de Lisboa, conduzirá os participantes a um “despertar: a passagem da agitação do corpo para a serena tranquilidade da nossa natureza profunda”. É a Via do Silêncio – Zazen. A jornada culmina, ao fim da tarde, com um “Diálogo”.
TenChi
O Dojo TenChi, sede da associação, é um espaço centralmente dedicado às artes marciais (Budo) e ao Ioga. É simultaneamente um centro cultural. Tem uma longa tradição no diálogo entre culturas e entre Oriente e Ocidente. Se o leitor não conhece o espaço, na Várzea de Sintra, pode ir ao site e percorrer a galeria fotográfica. O dojo foi fundado em 1979 por Georges Stobbaerts, mestre de Budo e de Ioga, criador do TenChi Tessen, a ensinar em Portugal desde 1976.
O que liga as artes marciais à música, à dança, à espiritualidade? "O Budo permite o acesso ao conhecimento do ser", responde Stobbaerts ao Life&Style. "O Dojo TenChi foi criado para propor aos seus membros vias de aproximação que nos conduzam à realidade do ser. As artes do movimento propõem sempre uma transformação vital de nós próprios; um renascer."
As inscrições para a jornada de sábado podem ser feitas através dos contactos:
Website http://www.tenchi-international.com/
E-mail: dojotenchi@tenchi-international.com
Telefone: 919618836