Pensos de algodão laváveis comercializados pelo site Pegada Verde €8.50
Pensos de algodão laváveis comercializados pelo site Pegada Verde €8.50

Produtos de higiene "verdes"

Ser ecológico de dentro para fora

Há cerca de sete mil milhões de pessoas em todo o mundo. E todas elas têm as mesmas necessidades básicas. Precisam de se alimentar, de beber, de dormir e todas elas precisam de expulsar dejectos ou libertar fluidos. Eis a Humanidade em todo o seu escatológico esplendor.

Se um bebé consegue produzir toneladas de lixo em fraldas desde que nasce até que deixa de precisar delas, imagine este número multiplicado pelos 135 milhões de nascimentos que, em média, acontecem a cada ano que passa.

Paralelamente, a metade feminina da Humanidade também deixa uma enorme pegada ecológica a cada 28 dias. Tampões e pensos higiénicos constituem uma fatia monstruosa do lixo que se produz no mundo. Estima-se que cada mulher se desembarace de cerca de 17 mil produtos higiénicos descartáveis durante a sua vida fértil, produtos esses que demoram muitas décadas até que finalmente se decomponham.

Chegou a hora de nos questionarmos: é possível sermos mais verdes, literalmente a partir do âmago? O Life&Style apresenta-lhe algumas propostas ecológicas.

Fraldas reutilizáveis

Quem hoje em dia ande na casa dos 30 anos pode gabar-se (ou não) de ter sido criado a fraldas de pano. Mas os tempos mudaram e actualmente as fraldas descartáveis estão omnipresentes e são, sem dúvida, muito práticas. Com um enorme senão: são muito pesadas para o ambiente. Precisamente para reduzir o impacto ambiental destes dejectos, tem havido nos últimos anos um ressurgimento das fraldas reutilizáveis. Já não são apenas panos simples que se enrolam em torno do rabiosque do bebé, mas antes uma espécie de cuecas com velcro ou molas que têm um revestimento interior plástico dentro do qual se colocam bandas atoalhadas absorventes. De cada vez que uma banda se suja, ela é lavada e reutilizada.

Em Portugal, a Quercus levou a cabo um estudo prático, entre Fevereiro e Maio de 2010, em que foram utilizadas quatro marcas de fraldas reutilizáveis existentes no mercado português (Ecobebés, Ecological Kids, Naturkinda e Mundo Baby). Os resultados foram muito positivos. Os bebés que usam estas fraldas reutilizáveis produzem menos oito quilos de lixo por semana do que os que usam fraldas descartáveis.

Paralelamente, não houve irritações de pele e, numa altura de crise como a que vivemos, a carteira dos pais também ficou a ganhar. Optando-se por fraldas recicláveis, consegue poupar-se entre 789 e 1.449 euros ao final de dois anos e meio, o tempo - em média - que leva uma criança a largar as fraldas. Esta poupança pode chegar aos 2.368 euros capitalizando o investimento com uma terceira criança.

A nível energético, a experiência também foi positiva. “Não se verificou um acréscimo de consumo de energia associado à lavagem, mas sim uma optimização da própria lavagem uma vez que desta forma a máquina ficará com carga completa”, indica a Quercus.

As fraldas reutilizáveis podem servir até três bebés e aguentam cerca de 800 lavagens a temperaturas máximas de 60 graus.

As fraldas descartáveis correspondem a cerca de cinco por cento dos Resíduos Sólidos Urbanos em Portugal, segundo os números da Lipor (Relatório Final da Quantificação de RSU de 2008) referidos no mesmo estudo da Associação Nacional de Conservação da Natureza. Não existe, no nosso país, reciclagem para este tipo de material. As fraldas descartáveis acabam, por isso, por ser encaminhadas para aterro ou incineração juntamente com os resíduos indiferenciados.

Links úteis:

Lunette - http://www.lunette.com/pt/

Pegada Verde - http://www.pegada-verde.pt/

Ecological Kids - http://www.ecologicalkids.pt/

Mundo Baby - http://www.mundobaby.pt/

Naturkinda - http://www.naturkinda.com/

Ecobebés - http://ignatz.alojamentos7.com/ecobebes/

Pensos reutilizáveis, esponjas e copo menstrual

Penso lavável e reutilizável - Basicamente são bandas de algodão orgânico com a mesma forma de pensos higiénicos que se colocam nas cuecas. Estes pensos são, naturalmente, absorventes e hipoalergénicos e, uma vez sujos, podem simplesmente ser lavados na máquina e reutilizados. Quando estimados, estes pensos poderão ser usados durante vários anos, indicam alguns sites que comercializam estes produtos. Um deles é o britânico Moon Times. Em Portugal este produto é comercializado pela Pegada Verde e o seu custo ronda os nove euros.

Esponjas - É uma solução menos comum, mais parecida com um tampão, mas que em vez de ter o formato de um supositório, tem antes a forma de uma esponja, do género das esponjas naturais para o duche. Como funciona: basicamente a esponja actua como tampão absorvente, retendo o fluído no interior do organismo. Um dos produtos comercializados é da marca Jam Sponges. Este produto é obtido a partir de esponjas naturais recolhidas do Mar Mediterrâneo e é hipoalergénico. Uma vez lavado está pronto a ser reutilizado e quando deixa de ser necessário é totalmente biodegradável.

Copo menstrual: O conceito pode parecer estranho, mas só à primeira vista. Rapidamente percebemos que a sua configuração não é muito diferente de um tampão. Ou seja, tem uma parte que serve para reter o líquido - que em vez de ser um pequeno canudo de algodão é um reservatório - e outra que serve para a sua remoção da vagina (em vez de um fio, é uma espécie de pedúnculo). Como funciona? A mulher tem de moldar o copo (deverá enrolá-lo em forma de tubinho) de forma a poder introduzi-lo na vagina, deixando o pedúnculo perto da entrada da mesma, de maneira a que o possa remover mais tarde. Uma vez dentro do canal vaginal, o copo - sendo moldável - irá abrir-se e “colar-se” às paredes vaginais, ficando em vácuo. Nesse momento ele passará a actuar como uma taça que irá reter o fluxo menstrual. O copo menstrual tem o dobro da capacidade que têm os tradicionais pensos e tampões. Quem tem fluxos pouco abundantes consegue estar um máximo de 12 horas sem remover o copo. Para o retirar, basta puxar pelo pedúnculo - que, ao contrário do fio do tampão, deverá igualmente ficar dentro do canal vaginal, embora acessível -, apertar o fundo do copo para acabar com o efeito de vácuo e, finalmente, removê-lo. Depois basta deitar o fluxo na sanita, limpar o copo com toalhetes ou lavá-lo com água (ou mesmo álcool) e ele estará pronto para uma reutilização. Quando ao material, o copo menstrual é feito em silicone cirúrgico, hipoalergénico. Em Portugal este produto, importando da Finlândia e que dá pelo nome de Lunette, é comercializado pela empresa Pegada Verde, estando já disponível em algumas farmácias. O preço ronda os 30 euros e pode durar até dez anos.

Links úteis:

Jam Sponge - http://www.jamsponge.co.uk/

Moon Times - http://www.moontimes.co.uk/

Preservativos “comércio justo”

Aparentemente é preciso ter cautela com os preservativos anunciados como “biodegradáveis”, uma vez que de acordo com alguns especialistas estes poderão não proteger contra as doenças sexualmente transmissíveis. Mas há uma forma de - não contraindo doenças - ser mais preocupado com o meio ambiente, o mundo e os outros de cada vez que tiver relações sexuais: optando por preservativos “comércio justo”. Duas marcas internacionais - Glyde e French Letter - propõem aos seus clientes salários justos para os trabalhadores das plantações de borracha a partir da qual se produz o látex, o material em que são feitos os preservativos. Os comerciantes destas duas marcas também se certificam que estas plantações de borracha são sustentáveis e que não são usados quaisquer produtos animais ou derivados na composição dos seus produtos.

Links úteis:

Glyde - http://www.glyde-condoms.com/en/index.php

French Letter - http://www.frenchlettercondoms.co.uk/