Sei quem sou pelo movimento arbitrário.
Uma vida inconstante e asmática.
Fecho os olhos, vejo rasgos de nada.
Sopro oco, quebras da pessoa que sou.

Digo-me livre. Moderna. Independente.
Regras que em mim mergulham em vão.
São estas teias de mim mesma que em mim teço
Que me deixam num calor desafinado e ardente.

Religião à paisana a que chamam sociedade
Sentes o medo da mudança que te abarca.
Estou em ti porque em ti não existo.
Existo então, como marioneta do diabo.

Sento-me no chão. Respiro, durmo.
Um dormir que nada relaxa o corpo.
Uma dança intermitente e controversa.
Inconsistências de uma idade de mudanças.

Sou a Maria Costa, tenho 18 anos e sou de Évora. O meu mundo é a arte, seja a fazer música, a dançar, a pintar ou a escrever, é aqui que me encontro.