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Diplomacia

Quando Trump deu a mão a May foi porque é "um cavalheiro", diz a primeira-ministra britânica

Se Merkel não mereceu um aperto de mão, May andou de mão dada pelos jardins da Casa Branca com o Presidente norte-americano.

Na semana passada, Donald Trump recusou-se a apertar a mão à chanceler Angela Merkel num momento constrangedor para ambos os chefes de Estado. Mas em Janeiro, logo após a tomada de posse no Presidente norte-americano, a primeira-ministra britânica esteve na Casa Branca e andou de mão dada com Trump. "Foi um cavalheiro", justifica assim a governante à revista Vogue norte-americana, para a qual foi fotografada por Annie Leibovitz. 

May minimizou assim a importância dada, sobretudo pela oposição do Reino Unido, ao facto de os dois líderes terem dado as mãos. "Eu acho que ele estava realmente sendo um cavalheiro", disse, acrescentando que estavam prestes a descer uma rampa e, por isso, Trump auxiliou-a.

A primeira-ministra britânica foi a primeira líder estrangeira a encontrar-se com o Presidente norte-americano e a sua visita foi considerada um sucesso pelos seus apoiantes e um fracasso pelos seus opositores. Uma vez que o Reino Unido está de saída da União Europeia, May deveria ter assegurado acordos com aquele país, diz a oposição.

"Eu gosto de pensar que conseguimos", respondeu May evasivamente à Vogue, que a questionou se confrontou Trump com o que ele pensa sobre as mulheres e que a governante já disse publicamente que não concorda. "Não comento conversas privadas, mas tudo o que eu diria é que tenho sido muito clara. Não tenho medo de levantar questões. E a natureza do relacionamento é tal que devemos ser capazes de ser francos e abertos um com os outro", acrescentou ainda.

Na mesma entrevista, a primeira-ministra disse que não gosta de ser comparada com Margaret Thatcher, a chamada dama de ferro. "Só há uma Margaret Thatcher. Eu sou Theresa May e faço as coisas à minha maneira", defendeu. May é a primeira política britânica na capa da Vogue norte-americana, Thatcher apareceu várias vezes mas na Vogue britânica.

Em casa, May gosta de cozinhar um risotto de cogumelos e o marido Philip fica responsável por pôr a louça na máquina. "Eu tenho sorte porque ele apoia-me muito", confidenciou. O casal conhece-se há anos, mas só casaram depois de os pais de Theresa terem morrido, lembra a BBC. "Há algo, um vínculo entre duas pessoas, que se desenvolve ao longo do tempo", acrescentou.

Sobre o conhecido facto de não terem tido filhos, May é prática – "É daquelas coisas, não tivemos filhos." Assim como é brusca quando lhe é perguntado sobre a sua baixa popularidade: "Isto não é um jogo, sendo primeira-ministra o que é importante é que o povo sinta que estou a trabalhar para eles." Ou seja, embora tenha votado para permanecer na União Europeia, depois de conhecido o resultado do referendo, a governante está a fazer tudo para cumprir o decidido, a saída da Europa.

Sobre o seu gosto pela moda, não só roupa, mas também o calçado, a primeira-ministra minimiza a polémica de ter usado um par de calças no valor de mil libras (1152 euros) com o qual foi fotografada para uma revista, dizendo que sabe que o público comenta o que usa – "é algo que acontece e que aceito, mas isso não me impede de apreciar a moda e também acho que é importante ser capaz de mostrar que uma mulher pode fazer um trabalho como esee e ainda estar interessada em roupas".